O governo brasileiro qualificou de "absurda" a demora na autorização para sair da Faixa de Gaza de mais de 30 nacionais que pediram para serem repatriados.
Em declarações ao jornal O Globo, o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais e ex-chanceler, Celso Amorim, lamentou que o Brasil ainda não tenha sido incluído no grupo de países que puderam repatriar seus cidadãos que estão em Gaza.
"Não houve nenhuma explicação para a não inclusão de brasileiros (na lista de pessoas liberadas para deixar a região), simplesmente deram prioridade a outros países", afirmou Amorim.
"Vamos esperar que haja uma decisão rápida (sobre os brasileiros). Estamos há mais de 15 dias pedindo a liberação. Não há razão para qualquer suspeita. Se houvesse algum problema com algum dos nacionais, poderiam ter falado logo. É uma situação absurda, em que há 15 crianças em um grupo de 32 pessoas", ressaltou o assessor da presidência para assuntos internacionais.
Os brasileiros e seus familiares estão abrigados nas cidades de Khan Younes e Rafah, próximas à fronteira com o Egito. Segundo o Itamaraty, o esquema de resgate está de prontidão e prevê auxílio desde a saída da Faixa de Gaza, com equipes e ônibus, medicamentos e alimentação, até o embarque no Aeroporto do Cairo, onde um avião da Força Aérea Brasileira aguarda o grupo.
O presidente Lula já falou sobre a repatriação através da fronteira da Faixa de Gaza com o Egito com seus homólogos de Israel, Egito e da Autoridade Palestina. No sábado, Amorim discutiu o assunto com o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan.
Amorim participará nesta quarta-feira, em Paris, de uma reunião de cúpula convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para discutir a guerra no Oriente Médio e suas consequências humanitárias.
