Cientistas chineses desenvolveram um grânulo que poderá potencialmente tratar a doença de Alzheimer, de acordo com um estudo publicado na revista acadêmica Nature Aging, na quinta-feira.
A equipe, liderada por Xu Chuanlai, professor da Universidade Jiangnan em Wuxi, província de Jiangsu, desenvolveu o grânulo, usando a propriedade da quiralidade. A quiralidade consiste em uma estrutura que não pode ser sobreposta à sua imagem espelhada, assim como as mãos esquerda e direita.
“A quiralidade leva a algumas características distintas dos medicamentos, já que aqueles feitos com o mesmo conteúdo podem apresentar atividades distintas, devido a diferentes características de quiralidade”, disse Kuang Hua, professor da universidade e coautor do artigo.
Ratos de laboratório infectados com a doença de Alzheimer apresentaram uma melhoria significativa no comportamento após a ingestão do grânulo, refere a revista. O cérebro dos ratos também apresentou uma queda de quase 90% nos fatores de neuroinflamação.
Após transplantar a microbiota intestinal dos ratos tratados com grânulos para outros infetados com Alzheimer, a equipe descobriu que as funções cognitivas destes últimos também demonstravam sinais de recuperação.
Usando marcação isotópica, a equipe descobriu que o grânulo, após entrar no intestino dos ratos, facilitou a metabolização do triptofano – um aminoácido essencial à vida – em ácido indolacético (IAA), que é capaz de entrar no cérebro, aliviando a inflamação e recuperando algumas funções neurológicas, refere a pesquisa.
A equipe acrescentou que a densidade do IAA entre soros e fluidos cerebrais de pessoas com doença de Alzheimer é significativamente menor do que em pessoas saudáveis da mesma faixa etária, sugerindo o papel que o IAA desempenhou no combate à doença.
"Como as pessoas não conseguiram encontrar um medicamento que pudesse vencer completamente a doença de Alzheimer, a investigação ofereceu uma via potencial para o tratamento de doenças degenerativas, como é o caso da doença de Alzheimer", disse Xu.