Os dados mais recentes do Centro Nacional do Clima em Beijing indicam que os efeitos de um evento El Niño deverão persistir até à primavera do próximo ano, o que poderá fazer com que o ano de 2023 supere 2016 como o ano mais quente desde 1850.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, o El Niño é um fenómeno climático natural que começa com águas superficiais invulgarmente quentes no Oceano Pacífico equatorial central e oriental, o que depois afecta o clima em todo o mundo. Em média, ocorre entre dois a sete anos. Cada episódio destes dura normalmente de nove a 12 meses.
O centro referiu que a combinação do El Nino e do aquecimento global aumentaria as chances de desastres meteorológicos causados por condições climáticas extremas. Poderá também levar a um inverno rigoroso.
Prevê-se que o evento El Niño provoque o pico da temperatura da superfície do mar entre Novembro deste ano e Janeiro de 2024. Desde Maio, um fenômeno El Niño tem vindo a se acumular ao longo do equador, no leste do Oceano Pacífico.
O El Niño aquece a atmosfera no Pacífico tropical, levando ao aumento das temperaturas globais. A pesquisa indica que cada aumento de 1 ℃ na temperatura no Pacífico oriental equatorial poderá aumentar a temperatura média anual global em 0,12 ℃, de acordo com o centro.
Um evento El Nino moderado ou forte normalmente eleva a temperatura média global da superfície em cerca de 0,1 ℃ a 0,22 ℃, acrescentou o centro.
Abordando o impacto na China, o centro disse que um evento El Nino tende a trazer mais chuvas para as regiões do sul e a provocar temperaturas mais altas no norte do país.
Desde a década de 1990, todos os eventos El Nino foram seguidos por dois verões consecutivos com precipitação acima do normal na China. As áreas que receberam chuvas acima do normal durante o período também se expandiram para norte, da região sul do rio Yangtze até à bacia do rio Huaihe. O impacto climático gera verões e invernos mais rigorosos.
Jia Xiaolong, vice-diretor do centro, disse numa conferência de imprensa no início de novembro que as estatísticas indicam que, no contexto dos eventos do El Niño, as temperaturas oscilam muito no inverno e o número de vagas de frio que afetam a China é muitas vezes superior ao habitual.
“As pessoas devem prestar atenção aos possíveis efeitos adversos do fenômeno climático, incluindo baixas temperaturas, chuva e neve”, afirmou.
O centro divulgou recentemente a previsão das tendências climáticas para este inverno e a próxima primavera. Prevê-se que as regiões do norte e o planalto Qinghai-Tibete possam enfrentar queda intensa de neve e um aumento do uso de aquecimento em comparação com o passado, levando a picos temporários de consumo de energia.