O presidente chinês, Xi Jinping, destacou na quarta-feira o papel das pessoas nas relações China-EUA em um jantar de boas-vindas oferecido por organizações amigáveis nos Estados Unidos.
"A base das relações entre China e EUA foi estabelecida por nossos povos", expressou Xi, enfatizando que "a porta das relações entre China e EUA foi aberta por nossos povos", "as histórias das relações entre China e EUA são escritas por nossos povos" e "o futuro das relações entre China e EUA será criado por nossos povos".
"Devemos construir mais pontes e pavimentar mais estradas para as interações entre as pessoas. Não devemos erguer barreiras nem criar um efeito inibidor", explicou ele.
O presidente chinês disse estar convencido de que a porta das relações entre a China e os EUA não pode ser fechada novamente depois de aberta e a causa da amizade bilateral não pode ser desviada na metade do caminho depois de iniciada.
Ao mesmo tempo, Xi enfatizou que os Estados Unidos não devem ver a China como seu concorrente primário.
"Tenho sempre uma pergunta na cabeça: Como conduzir o gigantesco navio das relações entre os dois países evitando rochas e bancos de areia ocultos, e navegar através de tempestades e ondas sem se desorientar, perder velocidade ou até ter uma colisão?", disse ele.
"Nesse respeito, a pergunta número um para nós é: somos adversários ou parceiros? Esta é a questão fundamental e abrangente", disse Xi.
"A lógica é bem simples. Se alguém vê o outro lado como um concorrente primário, um desafio geopolítico de grande importância e uma ameaça iminente, isso só pode levar a formulação de uma política mal informada, ações equivocadas e resultados indesejados", assinalou Xi.
A China está disposta a ser parceira e amiga dos Estados Unidos, assinalou o presidente chinês. "Os princípios fundamentais que seguimos ao lidar com as relações entre a China e os EUA são o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação de benefício mútuo", explicou o presidente.
Da mesma forma que o respeito mútuo é um código básico de comportamento para os indivíduos, ele é fundamental para as relações China-EUA, disse Xi. "Os Estados Unidos são únicos em sua história, cultura e posição geográfica, que moldaram seu caminho de desenvolvimento e sistema social distintos. Respeitamos totalmente tudo isso."
O caminho do socialismo com características chinesas foi descoberto sob a orientação da teoria do socialismo científico e está enraizado na tradição da civilização chinesa com uma história ininterrupta de mais de 5.000 anos, disse o presidente chinês.
"Estamos orgulhosos da nossa escolha, assim como vocês estão orgulhosos da sua. Nossos caminhos são diferentes, mas ambos são a escolha de nossos povos, e ambos levam à realização dos valores comuns da humanidade. Ambos devem ser respeitados", disse Xi.
"A coexistência pacífica é uma norma básica para as relações internacionais e é ainda mais do que uma linha de base que a China e os Estados Unidos devem manter como dois grandes países", disse Xi.
"A China nunca aposta contra os Estados Unidos e nunca interfere em seus assuntos internos. A China não tem intenção de desafiar os Estados Unidos ou destituí-los", acrescentou Xi.
Observando que a cooperação ganha-ganha é a tendência dos tempos, e é também uma propriedade inerente das relações China-EUA, Xi disse que "a China está buscando um desenvolvimento de alta qualidade, e os Estados Unidos estão revitalizando sua economia. Há muito espaço para nossa cooperação, e somos totalmente capazes de ajudar uns aos outros a ter sucesso e alcançar resultados vantajosos para todos."
O presidente chinês anunciou que a China está pronta para convidar 50 mil jovens americanos ao país asiático em programas de intercâmbio e estudo nos próximos cinco anos, para aumentar as trocas entre os dois povos, especialmente entre os jovens.
Xi também enfatizou que a China não travará guerra fria ou guerra quente com ninguém.
"Qualquer que seja o estágio de desenvolvimento que possa alcançar, a China nunca buscará hegemonia ou expansão e nunca imporá sua vontade aos outros", disse Xi.
"A China não busca esferas de influência e não travará uma guerra fria ou uma guerra quente com ninguém", acrescentou Xi.