Yang yanfan, Diário do Povo
Oftalmologistas da 32ª Equipe de Assistência Médica da China (Jiangsu) para Zanzibar examinam pacientes locais na ilha de Zanzibar, na Tanzânia. Foto: Hou Lulu, Diário do Povo
Este ano é assinalado o 60º aniversário do envio de equipes médicas chinesas para o exterior. Ao longo dos anos, os membros das equipes médicas chinesas no exterior enfrentaram adversidades, protegendo a saúde das populações locais para onde foram enviadas. Com compaixão e profissionalismo, serviram cada paciente, ao mesmo tempo que transferiram conhecimentos, promovendo o desenvolvimento técnico-médico local e sendo recebidos com louvor e gratidão pelas pessoas dos diversos países onde atuaram.
Wang Zhenchang, líder da 24ª equipe médica chinesa destacada para a Guiné e chefe do Grupo Nacional de Especialistas em Prevenção e Controle do Ébola, bem como vice-diretor do Hospital da Amizade de Beijing, relembra que, em agosto de 2014, quando a equipe médica partiu, coincidiu com o momento mais crítico da epidemia de Ébola.
"Esse processo foi simultaneamente delicado e preocupante, mas também proporcionou um sentimento de honra e conquista", disse Wang Zhenchang. Perante a epidemia de Ébola, a equipe médica não recuou. Após sua chegada, conduziram pesquisas, análises e trabalhos específicos de assistência à prevenção e controle do Ébola. O governo da Guiné elogiou o trabalho da equipe médica chinesa, presenteando-a com a "Ordem Nacional da Guiné".
Liu Chun, médica-chefe do Hospital Afiliado da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Changchun, destaca a medicina chinesa como característica marcante da equipe médica chinesa enviada ao Kuwait. Entre 1999 e 2010, ela foi enviada ao Kuwait em três ocasiões para auxiliar em trabalhos médicos, tratando mais de 6.000 pacientes ao longo de seis anos.
"No início da minha estadia no Kuwait, o conhecimento local sobre acupuntura era limitado e as pessoas duvidavam que pequenas agulhas de pudessem tratar doenças", disse Liu Chun. Posteriormente, a equipe médica promoveu métodos de tratamento com características tradicionais da medicina chinesa, como acupuntura, ventosas e pontos de aplicação de ervas, entre outros, aos pacientes. Alguns pacientes, após o tratamento, tornaram-se bons amigos da equipe médica e fãs da medicina chinesa. Por meio de seu boca a boca, cada vez mais pessoas começaram a procurar a clínica de medicina chinesa para tratamento.
Zhu Huifang, diretora do Departamento de Enfermagem do Hospital de Medicina Tradicional Chinesa de Huzhou, na província de Zhejiang, participou de campanhas médicas no exterior por duas vezes, trabalhando por um total de três anos e meio no Hospital de Amizade China-África e no Hospital do Mali, ambos construídos com assistência do governo chinês. Durante sua estadia no exterior foi carinhosamente chamada de "mãe chinesa" pelas crianças locais.
Certa vez, um menino maliano de 16 anos sofreu um acidente de carro a caminho da escola, resultando em uma lesão na coluna cervical com lesão medular. Ele, que antes gostava de artes marciais chinesas e esportes, ficou de cama e com o ânimo em baixo. Zhu Huifang, acompanhada por enfermeiros locais, cuidou da limpeza e troca de curativos da sua ferida e, todos os dias, passava um tempo extra ao lado de sua cama, encorajando-o a ter confiança na recuperação.
Com dois meses e meio de cuidados atentos, sua condição começou a melhorar, juntamente com seu estado de espírito.
"Uma vez, quando o menino veio ao hospital para fazer exames, coincidiu com uma entrevista. Ele olhou para a câmera e disse: 'Esta é a minha mãe chinesa'. Até hoje, ainda mantemos contato. Ele já se tornou um estudante universitário no Mali", disse Zhu Huifang. "Quando essas tímidas crianças africanas passaram de estranhas e medrosas a familiares, até mesmo me chamando de 'mãe', eu me senti reconfortada e, ao mesmo tempo, senti uma responsabilidade crescente".
O pai de Mei Xueqian, vice-diretor do Departamento de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital Popular de Anyang, na província de Henan, Mei Gengnian, foi o líder da primeira equipe médica chinesa a prestar assistência à Etiópia. Em 11 de agosto de 1975, ele faleceu na Etiópia e foi ali sepultado. "Na África, meu pai usou suas habilidades profissionais para tratar muitos pacientes africanos, sendo elogiado e reconhecido pelo governo local", disse Mei Xueqian. Posteriormente, Mei Xueqian tornou-se membro da décima equipe médica chinesa a prestar assistência à Etiópia. "Eu tinha o desejo de concluir o que meu pai deixou inacabado. Como médico, também desejo servir a população local na Etiópia".
"Para elevar verdadeiramente o nível médico local, 'dar um peixe' é tão importante quanto 'ensinar a pescar'", disse Wu Dexi, membro das equipes médicas chinesas enviadas para Dominica das segundas, terceiras e quartas equipes, e vice-diretor do Departamento de Cardiologia do Hospital Afiliado da Universidade de Sun Yat-sen, em Guangdong.
No Hospital da Amizade China-Dominica, Wu Dexi ministrou palestras relacionadas com doenças cardiovasculares, rondas de ensino clínico e discussões de casos multidisciplinares, demonstrando e ensinando novas técnicas para que os médicos locais passassem a poder adquirir novos conhecimentos e tecnologias. Além disso, ele impulsionou o desenvolvimento disciplinar local, estabelecendo o primeiro departamento de cardiologia do país, e promovendo o sucesso do projeto de cooperação entre a China e Dominica na área da saúde.