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Cessar-fogo em Gaza é “chave para a sobrevivência”, diz MRE chinês

Fonte: Diário do Povo Online    21.11.2023 10h33

Beijing tornou-se na segunda-feira (20) a primeira paragem de uma viagem de mediação de uma delegação de ministros das Relações Exteriores dos países árabes-islâmicos, que procuram amenizar o conflito em curso na região de Gaza.

Na sua reunião com o Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, alcançar um cessar-fogo e honrar fielmente o direito humanitário internacional constituíram os dois pontos-chave da mais recente proposta da China para resolver a questão palestina.

Durante as conversações, a China apelou à convocação de "uma conferência internacional de paz de maior escala, âmbito e eficácia em breve" e pediu a formulação de um calendário e de um roteiro.

Os membros da delegação, cuja visita a Beijing terminará nesta terça-feira, manifestaram esperança numa coordenação mais estreita com a China para evitar que a crise se espalhe e apelaram ao reinício das conversações de paz.

Wang destacou a urgência de implementar plenamente as resoluções relevantes do Conselho de Segurança da ONU e da Assembleia Geral da ONU, dizendo que um cessar-fogo "não é mais uma declaração diplomática, mas uma chave para a sobrevivência do povo de Gaza".

O ministro chinês defendeu a necessidade de cumprir o direito internacional, em particular o direito humanitário internacional, e de rejeitar qualquer deslocação e relocalização forçadas de civis palestinianos.

“Israel deveria parar com as punições coletivas contra o povo de Gaza” e abrir um corredor humanitário o mais rápido possível para evitar um desastre humanitário ainda maior, observou ele.

Os membros da delegação incluem altos funcionários da Arábia Saudita, Jordânia, Egito, Indonésia e Palestina, bem como Hissein Brahim Taha, secretário-geral da Organização de Cooperação Islâmica.

"Desde este ano, a China ajudou a tornar possíveis os crescentes esforços de reconciliação na região do Médio Oriente, e a China tem sido uma força motriz consistente e constante na promoção construtiva da paz e na construção de um ambiente estável e pacífico", acrescentou.

A China, como presidente rotativo do Conselho de Segurança da ONU, tem procurado seriamente a adoção da primeira resolução do Conselho de Segurança da ONU desde o início das atuais hostilidades.

Em relação ao Conselho de Segurança da ONU, Wang disse que este deveria ouvir as vozes dos países árabe-islâmicos e "tomar ações responsáveis para fazer a situação esfriar".

A China continuará a trabalhar com os países árabes-islâmicos para fortalecer a coordenação, construir consenso e pressionar o Conselho de Segurança a "tomar mais medidas significativas" sobre a situação em Gaza, acrescentou Wang.

Segunda-feira também marcou o 35º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e a Palestina.

"Apesar dos caminhos acidentados que temos pela frente rumo à solução de dois Estados, a esperança ainda pode crescer, desde que todas as partes trabalhem para o mesmo objetivo", disse Su Xiaohui, pesquisador associado do Instituto Chinês de Estudos Internacionais.

Ao falar das soluções para a crise atual que foram propostas por vários partidos, Wang enfatizou que ninguém deve desviar-se da solução de dois Estados, enquanto todos devem conduzir à paz e estabilidade regionais.

Quanto ao fato de a delegação ter feito da China a primeira paragem para a sua viagem de mediação, Wang disse que isso "mostra um elevado grau de confiança na China" e reflete a "boa tradição de compreensão e apoio mútuo" da nação.

Numa reunião separada com a delegação em Beijing, na segunda-feira, o vice-presidente Han Zheng expressou a “profunda preocupação” da China com a “situação humanitária excepcionalmente terrível” em Gaza. E destacou que a China está acelerando a sua ajuda a Gaza em termos de fornecimentos de emergência e assistência em dinheiro.

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