Por Lyu Zhou
Membros de uma missão arqueológica conjunta sino-egípcia trabalham no Templo Montu em Luxor, Egito. (Foto: Gao Wei/Diário do Povo Online)
A paisagem cultural das antigas florestas de chá da montanha Jingmai, em Pu'er, província de Yunnan, sudoeste da China, foi inscrita na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO na 45ª sessão ampliada do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, concluída em setembro deste ano.
A China tem agora 57 sítios do Patrimônio Mundial, incluindo 39 sítios culturais, 14 sítios naturais e quatro sítios do patrimônio cultural e natural. Juntos, eles refletem as cinco características proeminentes da civilização chinesa – consistência, originalidade, uniformidade, inclusão e natureza pacífica.
Para serem incluídos na Lista do Patrimônio Mundial, os sítios devem cumprir critérios rigorosos. Os critérios de seleção incluem exibir um importante intercâmbio de valores humanos, ser um exemplo notável de um tipo de edifício ou paisagem e estar direta ou tangivelmente associado a eventos ou tradições vivas, a crenças, a obras artísticas e literárias de notável significado universal. A autenticidade e integridade das propriedades também são considerações importantes.
Ao longo da história, o povo chinês criou inúmeras maravilhas da engenharia, mostrando a notável originalidade da civilização chinesa.
A Grande Muralha, incluída na Lista do Patrimônio Mundial em 1987, bem como o Monte Qingcheng e o Sistema de Irrigação de Dujiangyan incluídos em 2000 e o Grande Canal incluído em 2014, são todos antigos clássicos da engenharia. O Grande Canal, cuja escavação começou no século V a.C., e o Monte Qingcheng e o Sistema de Irrigação de Dujiangyan, que foi construído no século III a.C., ainda funcionam na navegação e na irrigação, servindo como exemplos de desenvolvimento sustentável da humanidade nos dias de hoje.
Os locais do patrimônio chinês incluídos na Lista do Patrimônio Mundial, como a Cidade Proibida e o Templo do Céu em Beijing, os jardins clássicos de Suzhou e a paisagem cultural do Lago Oeste de Hangzhou, refletem as características estéticas únicas da civilização chinesa.
Além disso, o conjunto histórico do Palácio Potala em Lhasa, a Antiga Cidade de Lijiang, a paisagem cultural dos Terraços de Arroz de Hani em Honghe(Yunnan), a antiga cidade de Pingyao e o Tulou de Fujian são exemplos da diversa e colorida civilização chinesa criada por vários grupos étnicos. Esses locais testemunharam a uniformidade da diversa civilização chinesa.
Os sítios do patrimônio chinês incluídos na Lista do Patrimônio Mundial também refletem a inclusividade da civilização chinesa. Em 2014, as Rotas da Seda, conhecida também como Rede de Rotas do Corredor Chang'an-Tianshan foi incluída na Lista do Patrimônio Mundial. Este projeto, proposto conjuntamente pela China, Cazaquistão e Quirguizistão, reflete as trocas comerciais e culturais entre os continentes asiático e europeu desde o século II aC até ao século XVI dC, bem como as inovações tecnológicas resultantes.
Essa inclusão cultural também é evidente em locais do Patrimônio Mundial, como as Grutas de Yungang, as Grutas de Longmen, as esculturas rupestres de Dazu e Quanzhou: Empório do Mundo na China Song-Yuan.
“Embora a Ilha Gulangyu seja pequena em área, é de grande valor e de profundo patrimônio cultural”, disse Irina Bokova, então diretora-geral da UNESCO. Ela fez as observações ao apresentar o certificado de Patrimônio Mundial à Ilha Gulangyu em 2017.
Adolescentes visitam uma exposição especial de relíquias culturais relacionadas à Ilha Gulangyu no Museu Changzhou, província de Jiangsu, leste da China, em 25 de fevereiro de 2023. (Foto: Shi Kang/Diário do Povo Online)
A Ilha Gulangyu deu esperança às pessoas e é uma importante sala de aula para a cidadania global que inspira e orienta as pessoas para a coexistência pacífica de culturas, disse ela, explicando que, mais do que nunca, esta é uma mensagem necessária.
Na ilha, a cultura local do início do século XX, a cultura ocidental trazida pela abertura dos portos e a cultura Nanyang trazida pelo regresso dos chineses do exterior convergiram e fundiram-se num novo visual. Este é o valor contemporâneo do Patrimônio Mundial.
Na fase inicial da adesão da China à Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Cultural e Natural Mundial, a China recebeu assistência técnica e financeira e apoio de muitos países e organizações internacionais, o que lhe permitiu melhorar continuamente a sua capacidade na proteção do patrimônio cultural e natural.
Após extensa prática, a China adquiriu ricas experiências de gestão e excelentes capacidades técnicas, transformando-se de receptora em fornecedora da proteção do patrimônio.
Desde 1993, a China tem participado na ajuda e cooperação internacional para a preservação do patrimônio de Angkor no Camboja, restaurando o templo Chau Say Tevoda e o templo Ta Keo, tendo também se tornando co-presidente do Comitê Internacional de Coordenação para a Salvaguarda e o Desenvolvimento de Preah Vihear.
Em 2017, o governo chinês empreendeu um projeto de restauração do complexo do Palácio Basantapur, de nove andares, atingido pelo terremoto, em Katmandu, Nepal, contribuindo significativamente para a reconstrução pós-desastre e a recuperação social do Nepal.
Além disso, a China também participou em projetos de proteção do patrimônio cultural no Uzbequistão, Mianmar e outros países. No decurso da assistência, a China manteve intercâmbios e cooperação estreitos com outros países participantes e países beneficiários, com o objetivo de alcançar progressos comuns na conservação do patrimônio.
Proteger o patrimônio mundial é uma obrigação internacional da China e também uma responsabilidade histórica do país asiático para transmitir a civilização chinesa. À medida que mais sítios do patrimônio chinês forem incluídos na Lista do Patrimônio Mundial, acredita-se que as pessoas terão uma compreensão mais profunda dos sítios na China. A China trabalhará em conjunto com mais países para salvaguardar a centelha da civilização humana e construir um lar compartilhado para a humanidade.
(Lyu Zhou é professor da Universidade de Tsinghua e diretor do Centro de Patrimônio Nacional da Universidade de Tsinghua)