A estatal de petróleo brasileira Petrobras, maior empresa do país, avalia buscar sócios na China para retomar a produção local de fertilizantes, paralisada durante o governo de Jair Bolsonaro, informou na última sexta-feira o presidente da companhia, Jean Paul Prates.
Em entrevista à imprensa para comentar o plano quinquenal de investimentos da empresa, Prates afirmou que a Petrobras estuda a forma para retomar a produção de fertilizantes nas unidades que têm no país e que uma das opções é buscar sócios na China.
Segundo ele, está previsto retomar a produção de fertilizantes nitrogenados na unidade de Ansa, no estado do Paraná (sul) no segundo semestre de 2024. Há previsão de concluir as obras de outra unidade de fertilizantes nitrogenados em Três Lagoas (Mato Grosso do Sul, centro-oeste) para iniciar a produção em 2028, tendo como sócia alguma empresa chinesa.
Prates também explicou que a Petrobras estuda formas para recuperar a rentabilidade das fábricas de fertilizantes nitrogenados arrendadas nos estados da Bahia e Sergipe (nordeste) à multinacional Unigel.
Segundo o presidente da Petrobras, a intenção de retomar a fabricação de fertilizantes se deve não só à necessidade do Brasil, um grande produtor agrícola que importa a maior parte desse insumo.
"Mas também porque faz sentido para nós dentro do túnel da transição energética entrar nos fertilizantes, porque daí que vão nascer novos produtos, amônia verde, fertilizantes do futuro, a gente precisa estar com um pedaço do mercado", acrescentou.
Ao responder a uma pergunta sobre a lógica econômica do investimento, o diretor financeiro da Petrobras, Sérgio Caetano Leite, que também participou da entrevista, afirmou que os investimentos em fertilizantes passarão pela governança e consideram a capacidade de geração de valor.
A Petrobras paralisou a produção de fertilizantes durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), que optou por incluir as fábricas no processo de desinvestimentos da empresa.