O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, defendeu a inclusão como prioridade da presidência do G20, que reúne as 20 maiores economias desenvolvidas ou em desenvolvimento, na última sexta-feira, último dia de reuniões do Canal de Finanças do grupo.

No encontro no Palácio do Itamaraty, em Brasília, Campos Neto apresentou a agenda estratégica do BC brasileiro, relacionada com as prioridades do país na presidência do G20, aos subsecretários de Finanças e dos Bancos Centrais dos membros do grupo e de organizações internacionais.

O presidente do BC apresentou o Pix, sistema brasileiro de pagamentos instantâneos; a iniciativa de Finanças Abertas; as ações para a modernização da legislação de câmbio; e o desenvolvimento do Drex, a moeda digital brasileira.

Segundo Campos Neto, são iniciativas fundamentais para "tornar o sistema financeiro brasileiro mais competitivo, moderno e inclusivo".

O presidente do BC destacou o papel da tecnologia para o êxito obtido na melhoria do acesso dos cidadãos aos serviços financeiros.

"Acreditamos que devem ser empreendidos esforços para ir mais além do acesso e utilização de serviços financeiros, em direção à melhoria da qualidade da inclusão financeira e para promover maiores níveis de bem-estar financeiro", afirmou.

Sobre o Pix, ressaltou que tem cerca de 144 milhões de usuários individuais e mais de 13 milhões de usuários empresariais.

O acesso mais amplo aos pagamentos digitais, disse, tem sido associado a uma diminuição do emprego informal.

Campos Neto elogiou o incentivo das demais autoridades de finanças que participaram do encontro, às propostas sobre tokenização de ativos, DeFi (finanças descentralizadas) e inteligência artificial, ações relacionadas à agenda de pagamentos transfronteiriços.

Segundo o presidente do BC brasileiro, esses temas são "pilares para os debates sobre o Roadmap (itinerário) do Canal de Finanças" do G20.

O Brasil assumiu a presidência temporária do grupo em 1º de dezembro, com mandato até 30 de novembro de 2024.