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Escassez de contêineres aumenta custos de exportação

Fonte: Diário do Povo Online    24.01.2024 10h52

As preocupações de segurança enfrentadas pelas empresas globais de transporte marítimo na passagem marítima do Mar Vermelho impuseram um encargo financeiro aos fabricantes chineses e resultaram numa escassez de contêiners disponíveis para transporte em certos portos domésticos, informaram analistas e exportadores na segunda-feira (22).

Para prevenir riscos e proteger os seus interesses, várias empresas globais de transporte marítimo de transporte anunciaram a suspensão das rotas do Mar Vermelho. Foi afirmado posteriormente que os custos de reencaminhamento dos navios levaram a um aumento nas despesas de transporte, resultando no ajuste das taxas de frete.

Por exemplo, a principal transportadora naval francesa CMA CGM aumentou a taxa de serviço para unidades equivalentes a quarenta pés para todos os tipos de remessas de carga da Ásia para o Mediterrâneo de 3.000 dólares americanos para 6.000 dólares americanos, desde 15 de janeiro.

Antes disso, várias empresas de transporte marítimo, incluindo a Maersk Line da Dinamarca, a Hapag-Lloyd AG da Alemanha e a Mediterranean Shipping Company SA, com sede em Genebra, também anunciaram que impuseram taxas adicionais a esta rota fortemente afetada desde 1º de janeiro.

Wang Lan, gerente do departamento de informação da Bolsa de Transporte de Shanghai, disse que como muitos navios porta-contêineres estão optando pela rota mais longa ao redor do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, esta escolha levou a uma diminuição na eficiência do volume de negócios de navios e contêineres, resultando numa escassez de capacidade de transporte a curto prazo. Houve, portanto, aumento nas taxas de frete nas rotas da China para a Europa.

Como principais participantes do mercado de transporte marítimo, as empresas de comércio exterior são altamente sensíveis às mudanças nas taxas de frete das rotas. Com graus variados de aumento de preços na rota do Mar Vermelho, os exportadores chineses precisam gastar mais com taxas de remessa, disse Xu Kai, diretor de informações do Instituto Internacional de Navegação Fluvial de Shanghai (SISI, na sigla inglesa).

Caso a rota do Extremo Oriente para o noroeste da Europa e a rota do Extremo Oriente para o Mediterrâneo sejam obrigadas a fazer um desvio em torno do Cabo da Boa Esperança, as distâncias de viagem marítima sofrerão um aumento de 3.200 milhas náuticas (5.926,4 quilômetros) e 6.400 milhas náuticas, respectivamente, disse Jin Xiaomin, presidente do Zhejiang Kingston Supply Chain Group Co Ltd, um exportador com sede em Yiwu, província de Zhejiang.

Como consequência destas mudanças, as taxas de transporte entre o porto de Ningbo-Zhoushan, na província de Zhejiang, e os portos europeus, incluindo o porto de Hamburgo e o porto de Roterdão, que antes eram ligeiramente superiores a 2.000 dólares, subiram agora para mais de 6.000 dólares, disse ele.

Ding Yandong, presidente da Rollmax Shutter Component Co Ltd, um fabricante de componentes para persianas com sede em Ningbo, na província de Zhejiang, enfatizou a necessidade de lidar eficazmente com os aspectos operacionais dos pedidos já recebidos de seus clientes e prontos para envio, uma vez que essas responsabilidades são da empresa .

Em relação aos novos pedidos, Ding disse que a Rollmax Shutter precisa calcular o preço unitário com base nos novos custos e ajustar os preços de venda do produto de forma adequada para absorver as despesas adicionais, que em última análise serão suportadas pelos compradores.

Muitos exportadores parecem acreditar que o aumento nos custos do frete marítimo ainda pode ser suportado, mas a falta de espaços disponíveis é um problema, pois significa que um contêiner totalmente carregado não pode ser enviado para fora do porto, resultando em perdas ainda maiores, disse Chen Hengde, presidente da Zhejiang Botai International Freight Forwarding Co Ltd, uma transportadora com sede em Yiwu, Zhejiang.

Ele disse que algumas empresas de comércio exterior optaram por "contornar" o Canal de Suez e, em vez disso, utilizar o transporte terrestre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e em Dammam, na Arábia Saudita, para entregar mercadorias no Oriente Médio.

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