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Brasil assina acordo com BID para incentivar investimentos verdes com baixo risco cambial

Fonte: Xinhua    28.02.2024 13h31

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o governo brasileiro assinaram nesta segunda-feira cartas de intenção para fomentar o investimento estrangeiro em ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, protegendo esses investimentos da volatilidade do tipo de câmbio.

Segundo nota divulgada pelo Banco Central brasileiro, o acordo foi assinado pelo presidente do BID, Ilan Goldfajn, pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron de Oliveira, pela ministra de Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.

O compromisso foi firmado na semana em que se realiza a reunião de ministros da Economia e presidentes de bancos centrais do G20, grupo das maiores economias desenvolvidas e em desenvolvimento, que é presidido este ano pelo Brasil.

"O risco cambial é um fator que dificulta investimentos em mercados emergentes, como o Brasil, contribuindo para o atual déficit de investimento em infraestruturas sustentáveis e outros projetos verdes em grande escala", afirmou a autoridade monetária brasileira.

"Os esforços anunciados hoje pretendem incentivar os investimentos e oferecer proteção cambial aos projetos que promovem a transformação ecológica e a transição para práticas e tecnologias sustentáveis", ressaltou.

O BID apoiará o Programa de Mobilização de Capital Privado Estrangeiro e Proteção Cambial, no marco do Fundo Nacional de Mudança Climática, com uma linha de crédito de 2 bilhões de dólares e apoio técnico.

Com o Banco Central, o BID apoiará o desenvolvimento, liquidez e eficiência do mercado de coberturas cambiais de longo prazo no país, pondo à disposição do Programa um limite de 3,4 bilhões de dólares para coberturas cambiais.

O Programa também introduz inovações financeiras que buscam oferecer aos investidores interessados no Brasil alternativas para melhorar suas perspectivas de investimento, incluindo uma linha de liquidez a longo prazo operada pelo Fundo Nacional de Mudança Climática, que poderá contar com recursos da linha de crédito do BID.

O presidente do BID, Ilan Goldfajn, disse que é necessário mudar o nível de financiamento para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.

"As inovações financeiras que o Governo do Brasil e do BID estão impulsionando têm o potencial de aumentar o nível de investimentos verdes. Este programa ajudará o Brasil em seu caminho para a transformação ecológica e fortalecerá uma economia mais resistente, sustentável e próspera", destacou.

O Secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que a transição para uma economia baixa em carbono é uma necessidade global e, para o Brasil, é também uma oportunidade única.

"Temos uma matriz energética limpa, potencial de reflorestamento e necessitamos aproveitar esta janela enquanto há um movimento global de relocalização das cadeias produtivas", afirmou.

Por sua vez, a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, explicou que o governo trabalha nos dois eixos estratégicos do desenvolvimento sustentável: enfrentar os crimes contra o patrimônio natural de nosso país e criar um novo ciclo de prosperidade econômica e social.

"O evento de hoje com o BID representa outro passo concreto para a construção de uma economia sustentável que ajude a combater a desigualdade", ressaltou.

O BID assumiu a liderança do grupo de Chefes de Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMD) e Bancos Regionais de Desenvolvimento (BRD) em 2024, cuja agenda coincide em vários temas com a presidência brasileira do G20 durante o mesmo ano.

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