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Brasil e França estão dispostos a trabalhar juntos para promover uma visão compartilhada do mundo, afirma Lula

Fonte: Xinhua    01.04.2024 08h28

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira, em entrevista à imprensa conjunta com seu colega francês, Emmanuel Macron, que o Brasil e a França estão decididos a trabalhar juntos para promover, através do debate democrático, uma visão compartilhada do mundo.

"Uma visão baseada na prioridade da produção sobre as finanças improdutivas, a solidariedade sobre o egoísmo, a democracia sobre o totalitarismo, a sustentabilidade sobre a exploração depredadora", agregou Lula e destacou que entre as potências tradicionais, a França é a que está mais próxima do Brasil e que a relação bilateral representa uma ponte entre o Sul Global e o mundo desenvolvido.

A reunião entre os dois chefes de Estado no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira, marcou o final da visita oficial de três dias de Macron ao Brasil, a primeira desde que ele assumiu o poder no país europeu em 2017.

Em seu discurso, Lula disse também que Macron pode ver pessoalmente o compromisso do Brasil com a proteção ao meio ambiente, e reiterou a necessidade de uma reforma da governança mundial e a urgência do fim do conflito na Faixa de Gaza.

Por sua vez, o presidente francês citou o ataque à Praça dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023, dizendo que havia sido "maltratada" pelos inimigos da democracia, em uma alusão aos partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).

"Toda minha comitiva e eu pessoalmente nos sentimos imensamente honrados de estar hoje, com vocês, aqui, neste lugar, nesta Praça dos Três Poderes, que foi atacada, praticamente destruída, ou pelo menos, maltratada, pelos inimigos da democracia", enfatizou.

"A forma pela qual (Lula) logrou restabelecer o equilíbrio da democracia e levar a cabo este debate internacional significa muito para nós", acrescentou Macron.

Durante a reunião foram assinados 21 acordos sobre biodiversidade, energia, mineração, defesa civil, desenvolvimento regional, saúde, educação, esportes e mudança climática.

Lula concedeu a Macron o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos não brasileiros, enquanto o presidente francês concedeu, por sua vez, à primeira-dama Janja da Silva, a insígnia da Legião de Honra no grau de oficial e explicou que Lula já tinha recebido a honraria, no grau de cavaleiro, em outra ocasião.

Após o encontro e a entrevista, os presidentes participaram de um almoço no Palácio do Itamaraty, sede da chancelaria brasileira, e no fim da tarde, Macron ainda se reuniu com o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, antes de embarcar de volta a seu país.

Macron iniciou sua visita ao Brasil, na terça-feira, ao desembarcar em Belém, capital do Pará, na Amazônia, cidade que acolherá a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30) em 2025.

Na quarta-feira, participou com Lula da cerimônia de batismo e lançamento ao mar do submarino Tonelero no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, terceiro construído no Brasil no âmbito de uma parceria entre Brasil e França.

No mesmo dia, Macron seguiu para São Paulo, onde participou do Fórum Econômico Brasil-França organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

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