A China deu uma resposta completa e racional à questão sobre sua capacidade industrial durante as reuniões e conversas entre o lado chinês e a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que fez uma viagem à China de 4 a 9 de abril, de acordo com o Ministério das Finanças da China.
Em uma coletiva de imprensa sobre a visita, o vice-ministro das Finanças da China, Liao Min, disse que a questão da capacidade industrial deve ser analisada conforme os princípios da economia de mercado e da lei do valor.
"O chamado 'excesso de capacidade' é a revelação do mecanismo de mercado desempenhando seu papel. O equilíbrio entre a oferta e a demanda é relativo, enquanto o desequilíbrio é, geralmente, a norma", indicou Liao.
"A solução para esses problemas depende principalmente da adaptação do próprio mercado conforme a lei do valor", expressou ele, observando que o excesso de capacidade ocorreu nos Estados Unidos e em outros países ocidentais muitas vezes na história.
O funcionário disse que a questão da capacidade industrial também deve ser considerada a partir das perspectivas da divisão internacional do trabalho e das situações reais do mercado global.
"A capacidade de produção atual está longe de atender à demanda do mercado, especialmente a demanda potencial por produtos de nova energia em muitos países em desenvolvimento", disse Liao, dando o exemplo dos veículos de nova energia (NEVs).
"Tomando os NEVs como exemplo, de acordo com uma estimativa da Agência Internacional de Energia, a demanda global por NEVs chegará a 45 milhões de unidades em 2030, 4,5 vezes mais do que em 2022, e a demanda global por nova capacidade fotovoltaica chegará a 820 GW, cerca de quatro vezes a de 2022", disse ele.
Após décadas de rápido desenvolvimento, o setor de nova energia da China agora ganhou uma vantagem competitiva baseada no mercado supergrande do país, um sistema industrial completo e recursos humanos abundantes, além de ser inseparável do enorme investimento em P&D (pesquisa e desenvolvimento) e inovação e do persistente espírito empresarial.
"As empresas reduziram os custos de produção por meio da inovação tecnológica e melhoraram a acessibilidade aos produtos de nova energia", observou ele, acrescentando que isso significa que a China, além de cumprir suas próprias metas de emissão de carbono, também fez contribuições positivas para a resposta global às mudanças climáticas e ao desenvolvimento verde. "E isso deve ser avaliado objetivamente", proferiu ele.
Liao manifestou que as medidas de proteção comercial não ajudarão a resolver a questão da capacidade de produção industrial e pediu decisões políticas "pragmáticas" e "racionais".
"A China tomou conhecimento das preocupações dos Estados Unidos e de outras partes relevantes e está disposta a fortalecer a comunicação e a coordenação com todas as partes para considerar e lidar adequadamente com as diferenças de maneira racional, com base na adesão ao princípio de mercantilização", disse ele, acrescentando que a China continuará a se comunicar com os EUA sobre esse assunto no nível do grupo de trabalho.