A ministra assistente das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, postou no X na segunda-feira (13), observando que os EUA empregam padrões duplos em relação ao tema de "excesso de capacidade".
O governo dos EUA “apoia as indústrias dos EUA com subsídios porque é estratégico, mas quando outros o fazem, é uma concorrência desleal”, disse Hua no X.
Sua declaração seguiu comentários recentes da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que exaltou a narrativa de “excesso de capacidade” visando os setores de energia verde chineses durante uma entrevista ao Marketplace.
Uma postagem da ministra assistente das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.
A China está “subvencionando mais do que nós (os EUA) com nossos investimentos na Lei CHIPS e na infraestrutura e tudo mais?”, perguntou a anfitrião do Marketplace: “Porque o governo dos EUA está investindo bilhões”.
Yellen admitiu que o governo dos EUA está “subvencionando muito explicitamente os investimentos nestas importantes áreas estratégicas e o que não queremos ver são subsídios chineses maciços a empresas com enorme excesso de capacidade, que apenas levarão as nossas empresas à falência”.
Temos como alvo algumas indústrias, especialmente energia limpa, veículos eléctricos, baterias, energias renováveis, onde não estamos tentando dominar o globo e ser o único país no mundo que fornece estes bens, disse Yellen. Mas pensamos que é fundamental para a segurança nacional, para o bem da resiliência da cadeia de abastecimento e para criar bons empregos industriais onde as pessoas possam progredir para ter uma presença nestas indústrias, acrescentou ela.
A acusação de “excesso de capacidade da China” pode parecer uma discussão econômica, mas a verdade é que se baseia numa lógica falsa e ignora mais de 200 anos do conceito básico de vantagem comparativa na economia ocidental, disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês numa coletiva de imprensa regular em 30 de abril.
Os EUA sabem muito bem que esta alegação de “excesso de capacidade” vai contra o bom senso econômico e os fatos da indústria, mas ainda rotulam a China com isso, disse Lin.
Ela observou ainda que a alegação dos EUA de “excesso de capacidade da China” não é uma conclusão impulsionada pelo mercado, mas uma narrativa elaborada para manipular a percepção e politizar o comércio.
O verdadeiro objetivo é travar o desenvolvimento de alta qualidade da China e privar o país do seu direito legítimo ao desenvolvimento, disse ele.
Não existe um “excesso de capacidade da China”, mas sim um excesso de capacidade de ansiedade dos EUA decorrente da falta de confiança e de difamações contra a China, concluiu.
