O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a forma como seu governo conduz a política econômica e enfatizou que o maior e mais importante problema brasileiro continua sendo a desigualdade social.
Durante a 3ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDES) do Brasil, Lula abordou algumas polêmicas que surgiram nos últimos dias em torno de questões econômicas, como a alta do dólar ou os controles dos gastos públicos, e afirmou que a verdadeira tensão reside entre as posses excessivas de uma minoria e os recursos precários à disposição da maioria.
"É possível amenizar a ganância de acumulação de riquezas de poucos e tentar dividir parte do pão que se produz neste país", disse Lula.
O presidente brasileiro provocou duas vezes o público com exemplos que demonstravam que a distribuição de renda não é um ideal exclusivamente socialista ou comunista. Parte do Conselho é formada por empresários e representantes do setor financeiro.
"Queremos que cada trabalhador possa consumir o que produz. Não foi Marx quem disse isso", continuou, referindo-se ao teórico alemão Karl Marx, o ideólogo do comunismo. "Foi Henry Ford. Ele disse isso", acrescentou, citando o criador da linha de montagem que popularizou o Modelo T, o carro que fez da Ford uma das maiores empresas automobilísticas da história.
Lula afirmou que quer "um país com um padrão de vida como a Suécia, a Dinamarca e a Alemanha", citando três países que adotaram um modelo social-democrata de distribuição de renda. "Este é o país com que sonho para os trabalhadores", acrescentou.
"Muito dinheiro nas mãos de poucos significa pobreza, desemprego, prostituição, desnutrição, analfabetismo. Pouco dinheiro nas mãos de muitos significa exatamente o oposto: mais educação, mais cuidados de saúde, melhores transportes, mais salários", enfatizou o presidente.