O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu nesta terça-feira que o imposto sobre heranças de milionários e grandes fortunas no país é "nada" comparado ao que é pago em outros lugares, como os Estados Unidos.
O presidente fez a declaração em um evento no qual anunciou uma série de investimentos governamentais para os três campus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior do estado de São Paulo, durante um discurso em que se referiu ao combate à desigualdade por um sistema de imposto regressivo.
"Aqui no Brasil o imposto sobre herança não é nada, é apenas 4% e é por isso que ninguém faz doações significativas para a educação pública", disse Lula, cujo governo criou um novo imposto para os chamados super-ricos que têm fundos de investimento e para quem tem recursos em contas offshore fora do país.
O assunto do imposto sobre herança foi citado quando Lula mencionou a doação de bens de empresários americanos a centros educacionais.
Para o presidente brasileiro, o imposto mais elevado nos Estados Unidos incentiva doações de terrenos e edifícios a universidades e institutos.
"Nos Estados Unidos, quando uma pessoa tem uma herança e morre, 40% da herança é tributada. Se essa propriedade fosse vendida pelos herdeiros, 40% seria tributado. Portanto, nos Estados Unidos, como os impostos são caros, há muitos empresários que doam seus bens para universidades, institutos, laboratórios e fundações", explicou o presidente.
Lula fez referência a uma fazenda do escritor brasileiro Raduan Nassar, 88 anos, presente no evento, que foi doada à UFSCar para ser um dos campus da universidade.
O presidente convocou os jovens para se envolverem na política e defendeu que o dinheiro que o Estado aplica na educação não deve ser chamado de despesa pública, mas sim, de investimento.
O governo Lula aprovou recentemente uma reforma tributária cuja regulamentação busca reduzir o imposto sobre os alimentos básicos da cesta básica e aumentar o imposto sobre produtos de consumo de luxo ou prejudiciais à saúde.
O tema da mudança na tributação mundial para os super-ricos está sendo defendido pelo Brasil durante sua presidência do G-20.
