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Qinghai: exploração de energia solar dá origem a ecossistema peculiar

Fonte: Diário do Povo Online    02.08.2024 15h13
Qinghai: exploração de energia solar dá origem a ecossistema peculiar
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A usina fotovoltaica de Talatan, localizada na prefeitura da etnia tibetana de Hainan, província de Qinghai, ocupa uma área de 609 quilômetros quadrados. O vasto deserto de Gobi, que outrora tinha 98,5% de sua área desertificada e recebia cerca de 3000 horas de sol por ano, tornou-se o maior parque de energia fotovoltaica do mundo.

Além de fornecer eletricidade para províncias como Jiangsu e Henan, a velocidade média do vento na região diminuiu em 50%, a cobertura vegetal foi reposta em 80% e as dunas áridas se transformaram em um oásis verde.

Devido ao vento e areia intensos, a poeira acumulada nos painéis fotovoltaicos afetou a eficiência da geração de energética. Para resolver esse problema, a equipe de manutenção periodicamente lavou os painéis com água. Surpreendentemente, essa água fez com que a grama crescesse exuberantemente ao redor dos painéis.

O rápido crescimento da grama não apenas prejudicou a eficiência dos painéis, mas passou a representar também um risco de incêndio no outono e inverno. Métodos tradicionais de controle de ervas daninhas, como o uso de máquinas de corte ou herbicidas, eram eficazes, porém, prejudicavam o meio ambiente.

Até que alguém teve uma ideia: deixar que carneiros comessem a grama.

Os carneiros, alimentando-se da grama, reduziram os custos de alimentação para os pastores e os custos de manutenção dos painéis fotovoltaicos. Além disso, o estrume dos carneiros fertilizou o solo, criando um ciclo ecológico sustentável. A venda dos carneiros gerou também renda adicional para os pastores, beneficiando a todos.

Em 2021, 600 carneiros começaram a "trabalhar". Para facilitar o pastoreio, os funcionários aumentaram a altura dos painéis fotovoltaicos de 0,5 para 1,2 metro e ampliaram o espaçamento entre eles.

"O estrume dos carneiros fertiliza o solo, a grama cresce mais forte, os carneiros ficam mais gordos. Chamamos-lhes de 'carneiros fotovoltaicos'", disse Yeduo, um habitante local do condado de Gonghe. "Agora temos até faisões, lebres e raposas por aqui. Já vi muitos!", afirma, contando aos visitantes com entusiasmo que, desde que começou a pastorear no parque, sua renda anual passou de mais de vinte mil yuans para setenta ou oitenta mil.

Atualmente, a prefeitura de Hainan estabeleceu 12 fazendas ecológicas fotovoltaicas dentro do parque, desenvolvendo um novo modelo de integração entre "indústria fotovoltaica + proteção ecológica + agropecuária ecológica", aumentando a eficiência e cultivando novos focos de crescimento econômico.

Cada "carneiro fotovoltaico" tem uma etiqueta auricular amarela de 2 centímetros. "É o 'RG' do carneiro, cada um tem um número único", explicou Yeduo. "Com um simples escaneamento, é possível obter informações sobre a idade, criador e registro de vacinas, proporcionando mais segurança na compra".

Após décadas de exploração, a a prefeitura de Hainan criou um modelo de desenvolvimento verde que integra controle de desertificação e energia limpa. Através do novo modelo "fotovoltaico + ecologia + indústria", encontrou-se um novo caminho para o desenvolvimento econômico, proteção ecológica e melhoria das condições de vida. Este "Modelo Hainan" serve de exemplo para a gestão ecológica eficiente e desenvolvimento econômico de alta qualidade no Planalto Tibetano e em outras regiões congêneres do país.


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