Diplomatas otimistas sobre a próxima cúpula do FOCAC, enfatizam novas oportunidades
Crianças esperam para embarcar em um trem da ferrovia de bitola padrão Mombasa-Nairobi, em Nairóbi, Quênia, em outubro. (Wang Guansen, Xinhua)
Diplomatas africanos no Quênia expressaram forte otimismo para a próxima cúpula do Fórum sobre Cooperação China-África, considerando-a uma oportunidade para aprofundar ainda mais os laços e traçar novos caminhos de cooperação para construir uma comunidade China-África com um futuro compartilhado.
Os diplomatas, tendo visitado os principais projetos da Iniciativa do Cinturão e Rota(BRI, na sigla em inglês) no Quênia, incluindo a ferrovia de bitola padrão Mombasa-Nairobi, elogiaram a iniciativa de transformar a rede de infraestrutura do continente e, consequentemente, impulsionar o crescimento econômico.
Anouar Ben Youssef, embaixador da Tunísia no Quênia, disse que a cúpula do FOCAC, programada para 4 a 6 de setembro em Beijing, proporcionará uma oportunidade de reafirmar o envolvimento da China com a África em vários setores além da infraestrutura.
"A cúpula será também uma oportunidade para trocar novas visões e oportunidades para uma cooperação mais forte entre a China e a África", disse.
Youssef enfatizou a prontidão da China em apoiar a África e pediu que os países em todo o continente alinhassem suas necessidades com os planos de desenvolvimento interno.
Muitos projetos da BRI no Quênia refletem o interesse e o comprometimento da China em ajudar os países africanos a se desenvolverem em campos estratégicos como comunicações e transportes, disse.
Apesar das acusações infundadas do Ocidente de que a China está sobrecarregando a África com dívidas, a evidência de desenvolvimento significativo de infraestrutura em todo o continente demonstra o papel da China enquanto parceiro-chave.
A isso se soma o interesse demonstrado pelos países africanos em manter e promover seu relacionamento com a China.
Sanyu Manday, conselheira do Alto Comissariado de Uganda no Quênia, disse que espera que os países africanos proponham projetos de desenvolvimento na cúpula do FOCAC e espera que a China possa ajudar a explorar formas de auxiliar sua implementação.
"Para o Uganda, estamos pensando em construir uma ferrovia de bitola padrão para conectar com a queniana, de modo a facilitar ainda mais o transporte e melhorar o comércio", disse.
Manday acredita que os países africanos devem buscar financiamento e desenvolvimento para projetos da BRI de forma regional coletiva, em vez de individualmente.
Essa abordagem, atualmente sendo considerada pela Comunidade da África Oriental, pode garantir melhores taxas de investimento e melhorar as economias de escala.
Projetos como a ferrovia de bitola padrão Mombasa-Nairóbi podem ajudar na integração regional, melhorar os transportes e promover o crescimento coletivo entre os países regionais, afirmou.
Manday agradeceu também à China por seu envolvimento prático com os países africanos, por meio de modelos como parcerias público-privadas, como foi o caso do projeto da Nairobi Expressway.
Em um momento em que a África enfrenta altos desafios de dívida e a necessidade urgente de projetos de infraestrutura para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico, Manday disse que o modelo de parceria público-privada é o caminho a seguir.
"Agradecemos que a África tenha um parceiro que nos entende, que possa avançar connosco e nos ajudar a superar nossas restrições de transporte", concluiu.