Em meio a novas circunstâncias e desafios, "a busca por bodes expiatórios não resolve nenhum problema, e guerras comerciais, guerras industriais ou guerras tecnológicas não produzem vencedores", disse Xie Feng, embaixador chinês nos EUA, em um discurso durante o sexto Fórum Empresarial EUA-China, realizado nos EUA, na terça-feira (horário local).
"Quando trabalhamos juntos, ambos os países e povos se sairão bem; mas quando nos voltamos um contra o outro, ambos os lados e o mundo sofrerão. A cooperação é a única escolha certa", disse Xie, de acordo com uma transcrição no site da Embaixada Chinesa nos EUA.
Os comentários foram proferidos quando o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, chegou a Beijing na terça-feira, para dar início a uma visita de três dias à China, o que demonstra que os dois lados estão tentando evitar incertezas e estabilizar ainda mais os laços bilaterais no resto do ano, segundo analistas.
A China e os EUA devem respeitar o direito um do outro ao desenvolvimento, defender a reciprocidade e o benefício mútuo e encontrar soluções por meio do diálogo e da consulta, disse Xie.
O embaixador chinês disse que, enquanto dois principais motores do crescimento econômico mundial, a China e os EUA respondem por mais de um terço da economia global e por cerca de um quinto do comércio global.
"Qualquer dissociação entre os dois lados só tornaria o mundo mais pobre", observou Xie.
Ele observou que a China e os EUA estão já profundamente interligados e são basicamente inseparáveis. Nos últimos 45 anos, o comércio bilateral se expandiu em mais de 200 vezes, ultrapassando os US$ 600 bilhões anuais. Nos primeiros sete meses deste ano, o comércio bilateral cresceu 4,1% (denominado em yuan).
"Precisamos expandir a cooperação em áreas tradicionais, incluindo economia, comércio e agricultura, e nutrir a cooperação em novas áreas, como mudanças climáticas e IA, de modo que nossos países e o mundo saiam vencedores", disse Xie.
Xie observou que está feliz em ver as interações animadas entre os dois lados nos últimos meses, o que testemunha as aspirações compartilhadas por mais trocas e cooperação.
Outra evidência do vigor da cooperação comercial China-EUA é a atividade das empresas americanas, incluindo a Tesla e a Apple, que estão expandindo sua presença na China.
A Gigafactory da Tesla em Shanghai pode agora produzir mais de 950.000 veículos por ano. Sua fábrica de megapacks na cidade concluiu metade da construção em apenas três meses após o início.
A Apple está aumentando seu investimento na China, tendo expandindo seu centro de pesquisa aplicada em Shanghai e aberto um novo laboratório em Shenzhen, na província de Guangdong, no sul da China, disse Xie.
O embaixador encorajou os líderes empresariais de ambos os países a aproveitarem o momento e trabalhar em conjunto, a fazer com que as vozes racionais sejam ouvidas e a estreitarem laços na busca de maior sucesso, conferindo maior estabilidade às relações China-EUA.