Representantes do G20, grupo que compõe as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana, aprovaram nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, uma declaração que estabelece 10 princípios para desenvolver a bioeconomia no mundo.
O documento foi elaborado a partir dos debates da 4ª reunião da Iniciativa de Bioeconomia do G20 (GIB), que acontece desde segunda-feira na cidade brasileira.
O Brasil, que atualmente preside o G20, comemorou o consenso sobre o texto como uma conquista histórica. A bioeconomia é um conceito que envolve inovações baseadas em recursos biológicos, que levam ao desenvolvimento de produtos, processos e serviços mais sustentáveis. Um dos principais debates associados ao tema é a substituição de matérias-primas de origem fóssil por outras menos poluentes.
"É a primeira vez que a questão da bioeconomia é objeto de um documento acordado multilateralmente", afirmou a presidência brasileira do G20 em nota.
"A bioeconomia baseia-se na ciência mais avançada e no conhecimento tradicional acumulado ao longo dos séculos pelos povos indígenas e comunidades tradicionais e representa um caminho promissor para a transição ecológica para uma economia global mais sustentável e inclusiva", acrescentou o texto.
Intitulada "Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia", a declaração estabelece o acordo entre os países para desenvolver esforços para erradicar a fome e a pobreza, incluir os povos indígenas e as comunidades locais, mitigar os efeitos das mudanças climáticas globais, contribuir para a conservação da biodiversidade, promover pautas de consumo e produção sustentáveis, utilizando metodologias transparentes para avaliar a sustentabilidade das cadeias de valor e aproveitando a inovação através da cooperação internacional, entre outros temas.
A criação do GIB para debater questões relacionadas à bioeconomia é uma das novidades apresentadas pela presidência brasileira no G20, com o objetivo de incentivar os países a compartilhar experiências bem-sucedidas sobre o tema.
A 4ª reunião do GIB contou com a presença da Ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima do Brasil, Marina Silva.
"Estamos dedicados à troca de experiências entre países, abordando questões fundamentais como economias florestais, uso estratégico da biodiversidade, incluindo seu patrimônio genético e conhecimentos tradicionais associados à biotecnologia, bioindustrialização e biossegurança, entre outras áreas essenciais", afirmou a ministra brasileira.
"Nosso propósito hoje é estabelecer princípios norteadores que sirvam de base para o desenvolvimento da bioeconomia em suas diversas formas", ressaltou Marina Silva.