Os ministros das Relações Exteriores dos membros do Grupo dos 20 (G20) se reuniram na sede das Nações Unidas pela primeira vez na quarta-feira, à margem do Debate Geral da 79ª Sessão da Assembleia Geral da ONU.
O encontro, presidido pelo Brasil e aberto a todos os Estados-membros da ONU, teve como foco debates sobre a reforma da governança global e discute medidas globais para combater a fome e a pobreza, promover o desenvolvimento sustentável e uma transição energética justa, entre outros temas.
Em comentários na reunião, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu às instituições globais que trabalhem juntas, "não em caminhos paralelos ou conflitantes", para enfrentar os muitos desafios que o mundo enfrenta hoje - desigualdade, financiamento para o desenvolvimento, crise climática, impacto das novas tecnologias.
"Em todas essas áreas, o progresso está ficando fora de alcance à medida que nosso mundo se torna mais insustentável, desigual e imprevisível", disse o chefe da ONU, alertando que os conflitos estão ocorrendo, a crise climática está se acelerando, as desigualdades estão crescendo e as novas tecnologias têm um potencial sem precedentes para o bem - e para o mal.
Guterres enfatizou que os membros do G20 podem atuar em três áreas específicas: finanças; clima; e instituições e ferramentas globais fortes, inclusivas e legítimas para enfrentar os desafios de hoje e de amanhã.
Ele observou que a comunidade internacional precisa reformar a arquitetura financeira internacional para torná-la totalmente representativa da economia global de hoje, para que possa fornecer um forte apoio à implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
"Estamos em um momento crítico: uma batalha para evitar que as temperaturas subam acima do limite acordado de 1,5 grau", disse o chefe da ONU, ao mesmo tempo que pediu um forte envolvimento dos países do G20, inclusive nas reformas dos órgãos das Nações Unidas.
A reunião contou com a presença do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente sul-africano Cyril Ramaphosa e dos ministros das Relações Exteriores dos membros do G20, com a participação de outros países membros da ONU.