O Banco Central do Brasil elevou na quinta-feira sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano de 2,3% para 3,2%, graças ao crescimento "robusto" que a economia do país teve no segundo trimestre, e aumentou a previsão de inflação, que saltou de 3,96% para 4,31%.
Em seu relatório trimestral sobre a inflação, o BC atribuiu o aumento da sua projeção de desempenho do PIB este ano ao consumo das famílias e aos investimentos produtivos.
O Banco Central sublinhou que aumentos no consumo das famílias, nos investimentos e nos setores mais cíclicos da economia já tinham sido registrados nos trimestres anteriores deste ano.
Segundo o relatório, o crescimento de 1,4% do PIB no segundo trimestre de 2024 foi uma surpresa positiva. "A atividade econômica brasileira continua a mostrar dinamismo, levando a uma nova ronda de revisões em alta das previsões de crescimento para o ano", destacou.
O crescimento "robusto" da economia no segundo trimestre de 2024 contribuiu para o índice positivo, segundo o Banco Central. "O aumento de 3,3% do PIB em comparação com o segundo trimestre de 2023 superou em muito as expectativas na altura do relatório anterior, quando a mediana da previsão no relatório Focus era de 1,6%", acrescentou.
As expectativas de inflação para este ano também aumentaram, passando de 3,96% no último relatório para 4,31%, abaixo dos 4,37% previstos pelo Focus, boletim semanal divulgado pelo Banco Central após entrevista a uma centena de economistas do mercado financeiro.
O aumento se deve, segundo o Banco Central, ao impacto da crise climática, que encareceu os produtos agrícolas e os bens industriais.
As dificuldades impostas à produção pela seca em diversas regiões do país deverão manter a pressão inflacionária. Segundo o relatório, a seca "pode atrasar o plantio da safra de verão, comprometendo o cultivo da safra de inverno no momento ideal".
Além disso, o clima seco e quente contribui para o aumento das tarifas de energia, o que impacta na inflação, segundo o Banco Central. As chuvas abaixo do normal e o aumento das temperaturas também ameaçam aumentar as taxas de energia, de acordo com o relatório.