As agências de inteligência dos EUA realizaram atividades de espionagem cibernética em todo o mundo e lançaram operações de "bandeira falsa" para enganar investigadores e pesquisadores e incriminar "países adversários", de acordo com as últimas descobertas de uma investigação sobre a alegada ameaça cibernética conhecida como "Volt Typhoon".
A operação "Volt Typhoon" é uma farsa política encenada pelo próprio governo dos EUA, disse o relatório, intitulado "Volt Typhoon III: uma campanha de espionagem cibernética e desinformação conduzida por agências do governo dos EUA".
O relatório é o terceiro do gênero divulgado pelo Centro Nacional de Resposta a Emergências de Vírus de Computador (CVERC, em inglês) e pelo Laboratório Nacional de Engenharia para Tecnologia de Prevenção de Vírus de Computador.
Em maio de 2023, os Estados Unidos e seus aliados "Five Eyes" divulgaram um comunicado, alegando que um hacker que eles rotularam de "Volt Typhoon" havia lançado atividades de espionagem visando infraestruturas críticas dos EUA e a organização foi endossada pelo governo chinês.
Em resposta, o CVERC liderou uma análise de atribuição, revelando que a narrativa do "Volt Typhoon" foi concebida pelos Estados Unidos para proteger sua vigilância global sem mandado, bem como os interesses políticos e econômicos das partes interessadas.
Em seu último relatório, o CVERC divulgou mais evidências de como as agências governamentais dos EUA fabricam a falsa narrativa do "Volt Typhoon" e lançam ataques cibernéticos e operações de "bandeira falsa", bem como seus truques de acusar os outros para encobrir sua própria culpa.
De acordo com o relatório, os Estados Unidos há muito têm implantado forças de guerra cibernética nas áreas vizinhas de "países adversários" para realizar reconhecimento próximo e penetração na rede.
Para satisfazer essas necessidades táticas, as agências de inteligência dos EUA desenvolveram um kit de ferramentas furtivo personalizado com o codinome "Marble" para encobrir suas operações, enganar a análise de atribuição e culpar outros países.
A estrutura "Marble" tem um recurso sujo -- a capacidade de inserir strings em vários idiomas, como chinês, russo, coreano, persa e árabe, observou o relatório. Isso tem claramente a intenção de enganar os investigadores e difamar a China, a Rússia, a República Popular Democrática da Coreia, o Irã e os países árabes, disse o relatório, chamando os Estados Unidos de "camaleão cibernético".
De acordo com o relatório, as agências de inteligência dos EUA estabeleceram uma rede global de vigilância na Internet, gerando uma grande quantidade de inteligência de alto valor. Isso permitiu que o país ficasse consistentemente à frente dos outros em diplomacia, assuntos militares, economia e ciência e tecnologia, de acordo com o relatório.
Um programa de vigilância tão extenso requer um orçamento anual substancial e, com o crescimento explosivo dos dados da Internet, a demanda por financiamento tende a aumentar. Esta é uma das principais razões pelas quais o governo dos EUA, em colaboração com suas agências de inteligência, planejou e promoveu a operação "Volt Typhoon", disse o relatório.
Ao longo dos anos, o governo dos EUA continuou politizando a atribuição de ataques cibernéticos de uma forma que atende a seus próprios interesses, disse o relatório. Em contraste, a China tem se oposto consistentemente à interferência política em investigações técnicas sobre incidentes de segurança cibernética.
O relatório pediu às empresas de segurança cibernética e institutos de pesquisa que se concentrem no avanço das tecnologias de prevenção de ameaças e no fornecimento de produtos e serviços de qualidade aos usuários. Isso contribuirá para o desenvolvimento mais saudável da internet, disse o relatório.