Por Zhang Rong
O embaixador português na China, Paulo Jorge Nascimento, profere um discurso na sessão de encerramento do simpósio em comemoração do 500º aniversário do poeta português Luís Vaz de Camões, realizada na Universidade de Comunicação da China, no dia 18 de outubro (Foto: Universidade de Comunicação da China)
Dois simpósios em comemoração do 500º aniversário do poeta português Luís Vaz de Camões foram realizados na Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing e na Universidade de Comunicação da China (BSFU e CUC, respectivamente, nas siglas em inglês) nos dias 17 e 18 de outubro.
Acadêmicos, professores e estudantes estiveram reunidos para celebrar a obra de Camões e discutir sua influência na cultura portuguesa e do mundo. O embaixador de Portugal na China, Paulo Jorge Nascimento, participou no evento, juntamente com outros membros da Embaixada de Portugal em Beijing.
Durante seu discurso, o embaixador elogiou o contributo de Camões para a cultura portuguesa e destacou a importância do seminário para promover o intercâmbio cultural entre Portugal e a China.
Nascimento destacou que Camões teve uma breve passagem por Macau, o que lhe proporcionou uma rara interseção com a cultura oriental. Ele expressou o desejo de que o seminário sirva o propósito de reforçar o entendimento e a amizade entre Portugal e a China, através dos intercâmbios de âmbito literário e cultural.
Durante o evento, os palestrantes debateram sobre aspetos diversos das obras camonianas. Zhang Fangfang, vice-diretora da Faculdade de Estudos Hispânicos e Portugueses da BFSU, comentou que a tradução literária serve de ponte entre diferentes civilizações.
Segundo Zhang, a tradução da poesia de Camões e de outras obras literárias portuguesas, possibilita um melhor entendimento da cultura e da história de Portugal junto dos leitores chineses.
A publicação dessas traduções não somente ampliou as opções de leitura acessíveis ao público chinês, como também proporcionou um novo ímpeto no intercâmbio cultural entre a China e Portugal.
Ao abordar as perspetivas do intercâmbio cultural luso-chinês, Paulo Jorge Nascimento ressaltou a longevidade e complexidade das culturas chinesa e portuguesa, sendo que a amizade entre os povos de ambos os países tem raízes profundas.
A sessão de encerramento do simpósio em comemoração do 500º aniversário do poeta português Luís Vaz de Camões, realizada na Universidade de Comunicação da China, no dia 18 de outubro.(Foto: Universidade de Comunicação da China)
O embaixador destacou o papel que a CUC e a BFSU têm vindo a desempenhar na formação de talentos em língua portuguesa e na promoção do intercâmbio cultural bilateral, enquanto primeiras universidades chinesas a oferecerem cursos de português.
“Tudo aquilo que tem a ver com o intercâmbio cultural e também acadêmico entre as universidades é absolutamente fundamental no que se refere ao relacionamento entre os países”, disse o diplomata ao Diário do Povo Online, após o término do seminário de sexta-feira (18).
Um melhor conhecimento entre os países permite um aprofundamento da relação partindo de uma base mais sólida, além de permitir que haja maior compreensão da realidade de cada um dos países, referiu.
Essa troca de conhecimento dos simpósios, salienta, “coaduna-se também com aquilo que tem sido desenhado e determinado pelas autoridades de Portugal e da China".
Desde que o tradutor Zhang Weimin lançou, em 1992, a primeira tradução para o chinês de "Os Lusíadas", cada vez mais obras literárias portuguesas têm sido traduzidas na China, tornando-se gradualmente conhecidas e apreciadas pelos leitores do país.