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Protecionismo é prejudicial, diz líder finlandês

Fonte: Diário do Povo Online    31.10.2024 14h23

Stubb diz que o livre comércio beneficia o bem global em vez de apenas um interesse nacional estreito

Tarifas adicionais e protecionismo comercial são sempre medidas de curto prazo que são prejudiciais às economias nacionais e globais, disse o presidente finlandês visitante Alexander Stubb.

Ele disse numa entrevista coletiva na terça-feira (29) à noite em Beijing que a União Europeia e a China precisam evitar entrar em um ciclo de aumento de tarifas e escalada de conflitos comerciais.

A Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, anunciou mais tarde no mesmo dia a imposição de tarifas antissubsídios sobre veículos elétricos fabricados na China, uma decisão que gerou forte oposição de alguns estados-membros da UE e principais partes interessadas da indústria.

Em julho e no início de outubro, a Finlândia se absteve duas vezes nas votações sobre tarifas provisórias da UE sobre veículos elétricos fabricados na China, pois disse que não havia provas suficientes de danos causados à UE pelo chamado apoio estatal chinês à indústria de veículos elétricos.

"Precisamos ter igualdade de condições e esta é a negociação em andamento", disse Stubb.

No momento, infelizmente, muitos países estão se voltando para dentro e levantando barreiras, em vez de promover o livre comércio, ele acrescentou.

"Acho que o pêndulo, se é que houve um, entre o livre comércio e o protecionismo, desde 1989, o fim da Guerra Fria, oscilou do livre comércio para o protecionismo", disse Stubb, enfatizando que o livre comércio beneficia o bem global em vez de apenas um interesse nacional estreito.

Atualmente, o presidente finlandês está na China para uma visita de estado de quatro dias, durante a qual teve uma conversa de três horas com o presidente Xi Jinping na terça-feira, que Stubb disse ter sido uma conversa "construtiva, aberta e franca".

"Com o presidente Xi, tivemos uma boa oportunidade de falar sobre relações bilaterais. Estamos comemorando o 74º aniversário das relações diplomáticas Finlândia-China e estamos entrando em nosso 75º ano", observou ele.

Esta é a primeira visita à China de um presidente finlandês desde que a nação europeia se tornou membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte no ano passado. Stubb disse que a filiação da Finlândia à OTAN não afeta negativamente suas relações com a China.

A Finlândia compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia, tornando o conflito na Ucrânia uma questão de grande preocupação para Helsinque.

Como um item importante da agenda durante as negociações com Xi, Stubb disse que tanto a China quanto a Finlândia estão buscando a paz na Ucrânia.

As negociações de paz são extremamente complicadas, afirmou ele, acrescentando que os dois países concordaram em continuar trabalhando pela paz na Ucrânia e manter o diálogo aberto em ambos os lados.

O presidente finlandês é um dos dois líderes de países membros da UE a visitar a China esta semana. O primeiro-ministro eslovaco Robert Fico fará uma visita oficial a partir desta quinta-feira (31).

A Eslováquia, que depende muito de sua indústria automobilística, foi um dos cinco países a votar contra as tarifas da UE sobre veículos elétricos produzidos na China no início deste mês.

Ao responder a uma pergunta sobre se a China havia convidado líderes europeus a visitar a China em rápida sucessão para instá-los a desempenhar um papel construtivo em relação ao aumento de tarifas da UE sobre EVs fabricados na China, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Lin Jian disse numa entrevista coletiva na quarta-feira (30) que a China e a Europa têm trocas normais em vários níveis.

Os atritos comerciais devem ser tratados adequadamente por meio de diálogo e consulta com base no respeito mútuo, o que é do interesse da China e da UE, acrescentou Lin.

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