O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que seu governo não permitirá que minerais raros brasileiros sejam explorados por países estrangeiros em condições semelhantes às vivenciadas no passado, em clara alusão aos Estados Unidos, e anunciou a criação de um conselho de política mineral diretamente vinculado à Presidência da República para garantir o controle nacional sobre esses recursos estratégicos.
Durante a abertura da 5ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como "Conselhão", Lula destacou que o Brasil possui algumas das maiores reservas mundiais de minerais estratégicos, como nióbio, níquel, terras raras, manganês e bauxita.
"Estamos desenvolvendo uma política nacional que garantirá que a exploração desses recursos traga benefícios concretos para o povo brasileiro. Se esses minerais existem no Brasil, são nossos, e não permitiremos que sejam explorados como aconteceu no passado", declarou.
A declaração de Lula contrastou com as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que na segunda-feira levantou a possibilidade de firmar acordos de cooperação com os Estados Unidos para a produção de baterias e tecnologias avançadas utilizando minerais críticos e terras raras do Brasil. "Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais, e poderíamos firmar acordos de cooperação", disse Haddad em entrevista à televisão.
Lula insistiu que qualquer decisão sobre a exploração de minerais estratégicos deve ser submetida a debate nacional e ter a supervisão direta da Presidência da República. "Vamos trazer o conselho de política mineral para a Presidência da República; ele trabalhará comigo para evitar que nossos recursos sejam vendidos sem uma discussão aprofundada", enfatizou.
