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Líderes europeus esperam solução diplomática para crise na Ucrânia

Fonte: Diário do Povo Online    11.08.2025 11h18

Líderes europeus enfatizaram no fim de semana que qualquer solução diplomática para a crise na Ucrânia deve proteger os interesses vitais de segurança tanto da Ucrânia quanto da Europa, após o anúncio da cúpula Rússia-EUA no Alasca esta semana.

Líderes europeus afirmaram que os interesses vitais incluem a necessidade de garantias de segurança robustas e confiáveis que permitam à Ucrânia defender efetivamente sua soberania e integridade territorial, em uma declaração conjunta feita na noite de sábado (9).

Negociações significativas só podem ocorrer no contexto de um cessar-fogo ou redução das hostilidades, de acordo com a declaração feita por líderes franceses, italianos, alemães, poloneses, britânicos e finlandeses e pelo presidente da Comissão Europeia.

Eles saudaram os esforços para garantir a paz na Ucrânia e prometeram apoio diplomático europeu contínuo, juntamente com "apoio militar e financeiro substancial" à Ucrânia por meio da "coalizão dos dispostos".

"O caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia", disseram.

Autoridades europeias e ucranianas se encontraram com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, na Inglaterra, para discutir como encerrar o conflito que já dura mais de três anos.

A reunião ocorreu em meio ao encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente americano, Donald Trump, que se reunirão no Alasca em 15 de agosto para discutir um possível cessar-fogo na Ucrânia.

Trump anunciou o encontro por meio de sua plataforma Truth Social na sexta-feira (8), afirmando: "Vou me encontrar com Vladimir Putin no Alasca na próxima semana — grandes coisas estão em pauta!"

O assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, confirmou os detalhes horas depois, observando que as negociações se concentrariam numa "solução pacífica de longo prazo para a Ucrânia".

Em comentários na sexta-feira, Trump insinuou possíveis trocas de terras entre a Ucrânia e a Rússia, dizendo: "Na verdade, vamos retomar algumas terras e trocar algumas... Haverá ajustes territoriais benéficos para ambos os lados."

No início da semana passada, o Kremlin reiterou as exigências de que a Ucrânia cedesse territórios, desistisse de sua tentativa de ingressar na OTAN e aceitasse limites militares, em troca da retirada das tropas russas do restante do país.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse no sábado que a Ucrânia não entregará terras para comprar a paz. "Qualquer decisão contra nós, qualquer decisão sem a Ucrânia, também é uma decisão contra a paz", avaliou ele nas redes sociais.

Três rodadas de negociações entre a Rússia e a Ucrânia neste ano foram infrutíferas.

O próximo encontro entre os dois líderes será a primeira cúpula EUA-Rússia desde 2021, quando o ex-presidente americano Joe Biden se encontrou com Putin na Suíça.

A decisão de se reunir no Alasca — onde a Rússia e os EUA estão separados por cerca de 85 quilômetros pelo Estreito de Bering — carrega um profundo peso histórico, pois foi vendido aos EUA em 1867.

O Kremlin disse que a escolha era "lógica" porque o estado próximo ao Ártico fica na fronteira entre os dois países, e é aqui que seus "interesses econômicos se cruzam".

O governador do Alasca, Mike Dunleavy, saudou o evento, chamando o estado de "uma ponte entre as nações".

Moscou também convidou Trump para uma visita recíproca à Rússia posteriormente.

Apesar dos esforços diplomáticos, Rússia e Ucrânia continuaram a lançar dezenas de drones sobre as posições uma da outra numa troca de ataques durante o fim de semana.

Um ônibus que transportava civis foi atingido na cidade de Kherson, matando duas pessoas e ferindo 16.

O exército russo alegou ter tomado Yablonovka, outra vila na região de Donetsk.

A mídia ucraniana noticiou que uma refinaria de petróleo na cidade de Saratov, o centro administrativo da região, estava em chamas após um ataque de drone.

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