O presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderou neste domingo o desfile cívico-militar em comemoração ao Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em um evento público que reuniu cerca de 45 mil pessoas sob o lema "Brasil Soberano".
A cerimônia oficial contou com a participação de ministros de Estado e outras autoridades, como o presidente da Câmara dos Deputados, que assistiram ao desfile das Forças Armadas por duas horas, além de representantes da sociedade civil.
O desfile incluiu temas como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a 30ª Conferência das Partes (COP30) sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro próximo na cidade amazônica de Belém.
O Núcleo Estadual de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (NEOJIA), grupo musical formado por integrantes de comunidades vulneráveis do estado, participou do desfile pela primeira vez, executando o Hino da Independência e peças do repertório popular, como "Aquarela do Brasil".
Estudantes beneficiados pelo programa governamental "Pé-de-Meia", de combate à evasão escolar, também desfilaram, juntamente com trabalhadores do PAC (Pérola da Lua), plano apresentado pelo governo como a maior obra de infraestrutura da história do país.
Neste 7 de setembro, o Brasil comemorou os 203 anos da proclamação da Independência, em 1822. O presidente Lula participou na tribuna oficial e a bordo de um carro conversível para saudar a multidão, ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva.
No sábado, em pronunciamento em rede nacional, Lula condenou os políticos "traidores da pátria" que apoiam as sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos e defendeu a soberania nacional, afirmando que não aceitará interferência de nenhum governo estrangeiro.
"Mais de 200 anos se passaram desde a independência e nos tornamos soberanos. Não somos, nem jamais seremos, colônia de ninguém. Somos capazes de governar e cuidar de nossa terra e de nosso povo, sem interferência de nenhum governo estrangeiro", afirmou Lula.
O presidente centrou seu discurso para o feriado nacional na crise gerada pela decisão do presidente americano, Donald Trump, de aumentar as tarifas sobre produtos brasileiros para 50% em 6 de agosto, argumentando que o Brasil deveria interromper e cancelar o julgamento de tentativa de golpe em andamento contra seu aliado no país sul-americano, o ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).
Lula acrescentou que "o papel de alguns políticos brasileiros que incitam ataques contra o Brasil é inaceitável. Eles foram eleitos para servir ao povo brasileiro, mas defendem apenas seus próprios interesses pessoais. São traidores da nação. A história não os perdoará".