
O presidente francês, Emmanuel Macron, discursa durante a Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, na sede da ONU, em Nova York, em 22 de setembro de 2025. (Li Rui/Xinhua)
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse na segunda-feira, em uma reunião da ONU sobre a solução de dois Estados, que seu país reconhece o Estado da Palestina, juntando-se à maioria dos outros Estados-membros da ONU que já o fizeram.
"Declaro hoje que a França reconhece o Estado da Palestina", disse Macron na Conferência Internacional de Alto Nível para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados, copresidida pela França e pela Arábia Saudita.
"Chegou a hora. Não podemos mais esperar", disse ele, acrescentando que "queremos dois Estados em paz e segurança, lado a lado".
Com o reconhecimento da França, mais de 150 países anunciaram o reconhecimento do Estado da Palestina.
No domingo, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Portugal reconheceram formalmente o Estado da Palestina para pressionar por uma "solução de dois Estados", enquanto Israel prosseguia com sua ofensiva e anexação em Gaza, apesar da crescente condenação global.
"O conflito israelense-palestino permanece sem solução há gerações", disse o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, em discurso na reunião, realizada no dia da abertura da Semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU.
"O diálogo vacilou. Resoluções foram desrespeitadas. O direito internacional foi violado", disse ele.
A situação é intolerável e está se deteriorando a cada hora, disse o chefe da ONU.
"Estamos aqui hoje para ajudar a encontrar a única saída para este pesadelo: uma solução de dois Estados, onde dois Estados independentes, soberanos e democráticos — Israel e Palestina — vivam lado a lado em paz e segurança dentro de suas fronteiras seguras e reconhecidas, com base nas fronteiras pré-1967, com Jerusalém como capital de ambos os Estados — em conformidade com o direito internacional, as resoluções da ONU e outros acordos relevantes", disse Guterres.
Annalena Baerbock, presidente da 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, disse que a Assembleia Geral foi muito clara: "Precisamos de um cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza. Israel deve facilitar imediatamente a entrada e a entrega completa, rápida, segura e desimpedida de assistência humanitária a civis palestinos. O Hamas deve libertar imediata e incondicionalmente todos os reféns."
Ela enfatizou que o conflito israelense-palestino, que já dura há décadas, não pode ser resolvido com guerras sem fim, ocupação permanente e terror recorrente, e que a única maneira de garantir que as futuras gerações de palestinos e israelenses possam viver em paz, segurança e dignidade, é a solução de dois Estados.