
O 2º Congresso Mundial de Estudos sobre a China foi inaugurado no dia 14 em Shanghai, reunindo cerca de 500 acadêmicos chineses e estrangeiros em torno do tema “A China histórica e contemporânea sob uma perspectiva global”, com o propósito de rediscutir a questão: “O que faz a China ser a China”.
Vários estudiosos renomados destacaram no fórum principal que os estudos sobre a China estão se tornando cada vez mais globalizados. Diante dos diversos desafios do mundo atual, há um interesse crescente em compreender e aprender com a China; no entanto, a China de hoje ainda não é plenamente compreendida pelo mundo.
Entender a China, buscar o “Dao” chinês e promover o intercâmbio e o aprendizado mútuo entre civilizações são passos essenciais para que a humanidade avance, de mãos dadas, rumo a um futuro melhor.
“A globalização dos estudos sobre a China é uma tendência inevitável”. O escritor e crítico britânico Martin Jacques afirmou em sua palestra que os estudos sobre a China estão entrando em sua versão 2.0.
“Os estudos chineses já não são mais centrados no Ocidente. Os países do Sul Global também passam a considerar a China e suas narrativas como referência — algo muito diferente de certas visões enviesadas ocidentais”, afirma.
O reitor da Universidade Renmin da China, Lin Shangli, declarou: “À medida que os estudos sobre a China se tornam um campo acadêmico de destaque internacional, sentimos cada vez mais que, sem o contexto chinês, qualquer narrativa sobre a China corre o risco de se tornar uma observação distante. O desenvolvimento desses estudos exige estar enraizado no solo da China e mergulhar profundamente em seus cenários reais”.
Quando o primeiro Fórum Mundial de Estudos sobre a China foi realizado em Shanghai em 2004, a maioria dos participantes eram sinólogos no sentido tradicional. Já em 2023, na primeira edição do Congresso Mundial de Estudos sobre a China – Fórum de Shanghai, surgiu uma nova abordagem metodológica, chamada de “a China como método”.
Durante as atividades especiais de visita acadêmica sob o tema “Modernização com Características Chinesas”, diversos especialistas em estudos sobre a China, provenientes principalmente de países do Sul Global, exploraram in loco os conceitos e métodos de governança global implícitos na chamada “solução chinesa”.
“Ligando o passado e o presente, os estudos sobre a China são um campo voltado para o futuro”,
afirmou Fan Yongpeng, vice-diretor do Instituto de Estudos sobre a China da Universidade Fudan.
“Somente aperfeiçoando continuamente o sistema de conhecimento dos estudos chineses e interpretando academicamente a China em profundidade, poderemos contribuir para um mundo com sabedoria e conceitos oriundos da China”.
A reitora da Universidade de Veneza, Arianna Ricci, observou:
“Revisitar o passado para compreender o novo — hoje, pessoas em várias partes do mundo gostam de ler os clássicos chineses. A sabedoria que extraem dessas obras — como a busca pela paz, o ideal de moderação, bem como o espírito de abertura e coragem de enfrentar o futuro — demonstra a vitalidade atemporal do pensamento chinês”.
Segundo Lin Shangli, os estudos sobre a China voltados para o futuro devem possuir “a amplitude de conectar o passado e o presente” e “a profundidade de explorar o significado civilizacional e o valor global do caminho chinês”.
O jovem professor Konstantinos, da Universidade da Macedônia Ocidental (Grécia), concluiu dizendo: “O intercâmbio e o aprendizado mútuo entre civilizações não são apenas parte essencial da globalização, mas também uma força espiritual inesgotável para a humanidade. A China tem uma longa história — e um futuro ainda mais promissor. Neste tempo em que vivemos, simplesmente não se pode deixar de vir à China”.