A Praça Cultural da Baía de Shenzhen, um complexo cultural de 188.000 metros quadrados, inicia sua pré-inauguração neste sábado. Foto: Liang Xu/Xinhua
O anúncio da China de que Shenzhen sediará a 33ª Reunião de Líderes Econômicos da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) no próximo ano colocou a cidade costeira em destaque.
Esta será a terceira vez que a China sediará a APEC, após Shanghai em 2001 e Beijing em 2014.
A APEC 2026 está preparada para mostrar o notável desenvolvimento e as conquistas tecnológicas de Shenzhen, e destacar a contribuição contínua da China para a prosperidade compartilhada na região da Ásia-Pacífico, segundo observadores.
Shenzhen, uma metrópole na província de Guangdong, no sul da China, tem sido o ponto focal da reforma e abertura da China nos últimos 47 anos, e cresceu de uma pequena vila de pescadores para um milagre de liberalização econômica.
Dai Yonghong, reitor da Faculdade de Estudos Internacionais da Universidade de Shenzhen, afirmou que a escolha da cidade para sediar a APEC teve importância simbólica.
"Shenzhen serve como uma vitrine para o modelo de desenvolvimento da China, atuando como um campo de testes para a reforma e abertura do país e representando um exemplo primordial de sucesso", disse Dai.
"Por meio do caso de Shenzhen, a China também demonstrará na APEC — uma plataforma focada em economia e cooperação — um caminho chinês para a modernização que levou à decolagem econômica, particularmente para os países em desenvolvimento", acrescentou.
O PIB de Shenzhen disparou de apenas 270 milhões de yuans (US$ 37,95 milhões) em 1980 para 3,68 trilhões de yuans no ano passado. Em 2024, o valor total de suas importações e exportações atingiu 4,5 trilhões de yuans, consolidando sua posição como a principal cidade de comércio exterior da China.
Sua evolução está alinhada com a ênfase da APEC no comércio aberto, na transformação digital e no crescimento sustentável. Como um motor fundamental da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, a cidade serve como plataforma para promover novas formas de globalização e integração regional.
Guo Wanda, vice-presidente executivo do Instituto de Desenvolvimento da China, com sede em Shenzhen, afirmou que o dinamismo e a capacidade inovadora da cidade refletem os próprios princípios defendidos pela APEC.
Além disso, a posição da cidade como um polo de inovação tecnológica — sede de gigantes da tecnologia como Huawei, Tencent, BYD e DJI — reforça o compromisso da China com o desenvolvimento de alta qualidade e a autossuficiência em ciência e tecnologia.
Zeng Guosong, secretário-geral da Aliança Internacional SparkLink, disse que a APEC 2026 será uma oportunidade valiosa. "O evento concentrará a atenção global nos avanços de Shenzhen em setores como a comunicação sem fio", disse ele. "Estamos ansiosos para interagir com parceiros internacionais e apresentar nossos padrões e visão".
Além de sua importância econômica e tecnológica, a escolha de Shenzhen também é motivo de orgulho para os moradores locais.
"Shenzhen representa abertura, inovação e inclusão. Espero sinceramente poder trabalhar como voluntária durante o evento e ajudar a compartilhar a energia e a paixão da juventude chinesa", disse Ding Hui, uma estudante de pós-graduação de 22 anos da Universidade Agrícola do Sul da China, que nasceu e cresceu na cidade.
Sediar um evento dessa magnitude testará e aprimorará as capacidades de Shenzhen em organização de conferências, gestão urbana e intercâmbios internacionais. "Representa tanto um marco quanto um catalisador — elevando o perfil global de Shenzhen e motivando melhorias adicionais em seu soft power e infraestrutura", disse Guo, do Instituto de Desenvolvimento da China.
