
Foto tirada em 6 de novembro de 2025 mostra o estande da Suzano na 8ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), em Shanghai, no leste da China. (Foto fornecida pela Suzano)
"A China é hoje provavelmente o país que mais investe em economia verde e em transição energética. Empresas e negócios que possam contribuir com os objetivos da China em descarbonização e economia verde serão negócios que prosperarão na China", disse Pablo Machado, vice-presidente executivo global para Negócios e Estratégia na China da Suzano, a principal produtora brasileira e líder mundial no setor de celulose e papel.
Em entrevista à Xinhua durante a 8ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), Machado destacou que a China, com seu vasto mercado aberto e o Brasil, que abriga a Amazônia, o "pulmão do mundo", compartilham uma forte convergência na busca por tecnologias voltadas para a economia verde.
"Essa parceria potencializa a transição das economias para a economia verde e para um mundo mais sustentável. Acho que isso é positivo para o Brasil, para a China e para o mundo", afirmou ele.
Nas propostas do Comitê Central do Partido Comunista da China para a formulação do 15º Plano Quinquenal delineiam-se os principais objetivos para o desenvolvimento econômico e social, entre os quais a "ação China Bela", que enfatiza a promoção proativa e prudente dos esforços para alcançar o pico das emissões de dióxido de carbono.
"Isso representa para empresas como a Suzano uma enorme oportunidade, porque empresas e negócios que possam contribuir com os objetivos da China em descarbonização e economia verde serão negócios que prosperarão na China", afirmou Machado.
Segundo ele, a Suzano é considerada a maior produtora mundial de celulose, com capacidade anual estimada em 13,4 milhões de toneladas. A China é o principal mercado da empresa, respondendo por mais de 30% das suas exportações e destacando-se como o que mais cresce.
Em 2023, a Suzano inaugurou em Shanghai o seu primeiro centro de inovação na Ásia, concebido para atender à evolução da demanda por celulose e novos materiais de base biológica e para contribuir com a estratégia chinesa de baixo carbono.
"A Suzano faz parcerias para promover o desenvolvimento e acelerar a adoção da economia verde. Vemos um amplo espaço para investimento e expansão dos nossos negócios de inovação, como tem ocorrido na nossa trajetória com a China nos últimos anos", acrescentou.
Na presente edição da CIIE, a Suzano participa pela quinta vez e apresenta no evento alguns dos produtos resultantes do seu centro de inovação na China.
Machado mostrou que a Suzano exibiu em seu estande o primeiro papel higiênico produzido integralmente com fibra de eucalipto na China, material totalmente renovável e de baixa pegada de carbono, e, em parceria com empresas chinesas, lançou os cadernos de carbono neutro, o primeiro produto desse tipo na China, com as emissões que não podem ser evitadas compensadas por créditos de carbono provenientes das florestas mantidas pela empresa no Brasil.
"Colaboração, crescimento e inovação", assim Machado resume a trajetória de expansão da Suzano no mercado chinês, voltado para a economia verde.
"Ninguém cresce sozinho. Nós fomos sempre muito bem recebidos na China, com espírito de amizade e de ganhos mútuos, com muita sinceridade", disse Machado, acrescentando que a política de alta abertura ao exterior promovida pela China ao longo dos anos tem sido uma condição fundamental para que empresas multinacionais como a Suzano possam se localizar e ampliar seus investimentos no país.
Em 2024, a China apoiou a Suzano na emissão local de obrigações corporativas em renminbi, conhecidas como "panda bonds", qualificadas como títulos verdes, sendo a primeira corporação não financeira das Américas a realizar este tipo de emissão na China.
Machado afirmou que os "panda bonds" verdes refletem o compromisso da empresa com o apoio da China ao desenvolvimento sustentável das empresas estrangeiras. "Os recursos levantados no mercado de capitais chinês foram destinados ao Brasil para a expansão de plantações de florestas sustentáveis, utilizadas na produção dos nossos bioprodutos", disse.
Ele afirmou que a trajetória da Suzano na China testemunha o crescimento conjunto entre a empresa e o país. "Na década de oitenta, ano em que fizemos as primeiras exportações para a China, exportámos vinte mil toneladas de celulose. Em 2024, foram cinco milhões de toneladas. A China também passou de um modelo de desenvolvimento de rápido crescimento para um desenvolvimento de alta qualidade e sustentável", disse.
"A China é um dos nossos destinos mais importantes, o nosso maior mercado, e entendemos que continuará sendo assim por muito tempo", acrescentou.