A China instou o Japão a acelerar o desmantelamento de armas químicas abandonadas (AQAs) em território chinês durante a Convenção dos Estados Partes da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), realizada na quarta-feira (26) em Haia, nos Países Baixos.
Na sessão, os delegados analisaram a implementação das decisões da Convenção e do Conselho Executivo sobre questões relacionadas à destruição. O Japão apresentou um relatório de progresso sobre seus esforços de desmantelamento de AQAs na China, observando que seus gastos com o projeto em 2025 caíram 6,8% em relação ao ano anterior.
"Este relatório concentra-se unilateralmente no progresso e no investimento em destruição, evitando qualquer discussão sobre os problemas fundamentais", disse Wang Daxue, chefe da delegação chinesa na 30ª sessão da Convenção dos Estados Partes da Convenção sobre Armas Químicas (CSP-30).
Wang enfatizou que, de acordo com a Convenção, o Japão deveria ter concluído a destruição das armas químicas abandonadas até 2007, mas o prazo já foi adiado quatro vezes. Ele atribuiu os atrasos à "atenção insuficiente, ao investimento inadequado e à falha do Japão em fornecer voluntariamente informações relevantes" sobre os locais de sepultamento das armas.
A China alertou que as armas químicas japonesas continuam a representar riscos significativos para a vida e os bens dos cidadãos chineses, bem como para o meio ambiente. Beijing instou Tóquio a levar a sério as preocupações da China e da comunidade internacional, a refletir sobre seu histórico de agressão, a honrar seus compromissos e a intensificar os esforços em todos os aspectos do processo de destruição.
Mais de uma dúzia de países, incluindo Rússia, África do Sul e Tunísia, manifestaram apoio à China e apelaram ao Japão para que acelere a destruição das armas.
"O progresso geral na destruição das armas químicas abandonadas pelo Japão em território chinês foi inferior ao esperado", afirmou Mirjam Blaak Sow, da Representação Permanente de Uganda junto à OPAQ, falando em nome do Movimento Não Alinhado durante o debate geral de terça-feira (25). "Instamos o Estado Parte que abandonou as armas a envidar todos os esforços possíveis para concluir a destruição o mais rapidamente possível. Aguardamos também uma supervisão mais rigorosa do processo por parte da OPAQ."
O Diretor-Geral da OPAQ, Fernando Arias, enfatizou a importância do tema na abertura da convenção na segunda-feira (24). "É importante ressaltar que a destruição completa das armas químicas em todo o mundo só poderá ser alcançada após a conclusão da tarefa de destruir todas as armas químicas abandonadas na China", disse ele aos Estados-membros.