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China convoca todos países amantes da paz a se protegerem e frustrarem quaisquer movimentos perigosos de reviver militarismo japonês

Fonte: Xinhua    11.12.2025 15h13

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta quarta-feira que a China convoca todos os países amantes da paz a se protegerem e frustrarem quaisquer movimentos perigosos de reviver o militarismo japonês e a defenderem conjuntamente os resultados vitoriosos da Segunda Guerra Mundial, conquistados com muito esforço.

O porta-voz Guo Jiakun fez essas declarações em uma coletiva de imprensa regular, em resposta a uma pergunta sobre comentários recentes de alguns órgãos de mídia estrangeiros de que o Japão está se transformando de um Estado constitucionalmente pacifista em uma potência militar moderna, e que o país está tentando reviver o militarismo, o que pode ameaçar a paz e a estabilidade regionais e globais e merece vigilância.

Guo observou que, nos últimos anos, o Japão vem reformulando suas políticas de segurança e defesa, acelerando a revisão de sua constituição pacifista e violando o princípio exclusivamente orientado para a defesa. Além disso, o país removeu a proibição do exercício do direito à autodefesa coletiva, flexibilizou as restrições à exportação de armas, tentou alterar seus três princípios não nucleares e desenvolveu a chamada "capacidade de ataque à base inimiga".

Ele destacou que altos funcionários japoneses chegaram a declarar que o Japão não descarta a possibilidade de possuir submarinos nucleares. "Essas medidas colocaram os países vizinhos do Japão e a comunidade internacional em alto alerta", afirmou Guo.

"Observamos que, após aumentar seu orçamento de defesa por 13 anos consecutivos, o Japão agora tem o segundo maior orçamento militar entre os países ocidentais. De acordo com um think tank europeu, as receitas das cinco maiores empresas de defesa do Japão aumentaram 40% anualmente em 2024", apontou Guo.

"Para um país que se autodenomina constitucionalmente pacifista, fala em refletir sobre seu passado bélico e afirma seguir o princípio exclusivamente orientado para a defesa, como o Japão justifica seu aumento militar?", questionou Guo.

Ele continuou dizendo que, na verdade, após a Segunda Guerra Mundial, o governo japonês nunca refletiu plenamente sobre suas guerras de agressão, muitos criminosos de guerra japoneses retornaram como figuras políticas ativas e membros das Forças de Autodefesa, alguns primeiros-ministros e dignitários políticos têm insistido em visitar e prestar homenagem ao Santuário Yasukuni, onde criminosos de guerra da Classe A são honrados. Os fatos históricos têm sido minimizados e encobridos em livros didáticos distorcidos, acrescentou Guo.

"As forças de direita japonesas refletiram sobre o passado da guerra. No entanto, elas não refletiram sobre os crimes de guerra do Japão, mas sobre a razão pelo qual o Japão foi derrotado", notou Guo.

Ele disse que o acerto de contas com o militarismo japonês nunca foi concluído. Em vez disso, as pessoas verão uma tendência crescente de ressurgimento do militarismo.

É imperativo que a comunidade internacional lembre ao Japão que a Declaração de Potsdam, nos artigos 6, 7, 9 e 11, afirmava que o militarismo japonês e o seu terreno fértil devem ser eliminados para sempre, pois insistimos que uma nova ordem de paz, segurança e justiça será impossível até que haja provas convincentes de que o poder do Japão de travar guerras foi destruído política e legalmente e que as ideias belicosas foram fundamentalmente eliminadas, afirmou Guo.

Ele salientou ainda que a Proclamação de Potsdam também exige que o Japão seja completamente desarmado e não mantenha indústrias que lhe permitam rearmar-se para a guerra, e que está prometido no Instrumento de Rendição do Japão que o país cumprirá fielmente as disposições da Proclamação de Potsdam.

Esses instrumentos com efeito jurídico sob a lei internacional e reconhecidos pelo Japão esclareceram suas obrigações internacionais como país derrotado, constituem a importante pedra angular da ordem internacional do pós-guerra e servem como pré-requisito político e jurídico para o retorno do Japão à comunidade internacional, observou o porta-voz.

"A tentativa do Japão de se 'remilitarizar' por meio do fortalecimento acelerado de suas forças armadas só fará com que o mundo volte a questionar para onde o Japão está indo e exija outro acerto de contas com seus crimes de guerra. A China apela a todos os países amantes da paz a se protegerem e frustrarem quaisquer movimentos perigosos de reviver militarismo japonês e a defenderem conjuntamente os resultados vitoriosos da Segunda Guerra Mundial, conquistados com muito esforço", indicou Guo.

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