Beijing expressa preocupação com os voos de reconhecimento dos EUA

BEIJING, 21 de julho (Diário do Povo Online) - O Ministério da Defesa Nacional da China expressou segunda-feira (20) a sua oposição aos frequentes e mais próximos voos de reconhecimento dos Estados Unidos (EUA) sobre a China.

Este posicionamento surgiu despois de um alto almirante da marinha de guerra dos EUA ter participado, no último fim-de-semana, num voo de vigilância de sensivelmente sete horas sobre o Mar do Sul da China.

Aviões dos EUA tem realizado, naquela região, voos frequentes de reconhecimento há algum tempo, o que tem minado severamente a confiança sino-americana, bem como a segurança da China pôr a medida ser susceptível de causar incidentes marítimos e aéreos, segundo revelou o gabinete de imprensa do Ministério. 

O Ministério da Defesa fez estes comentários a “China Daily” momentos após a frota norte-americana do Pacífico ter anunciado que o seu novo comandante, o almirante Scott Swift, juntou-se, sábado passado, a missão de vigilância a bordo de um avião “P-8A Poseidon”.

Os EUA não avançaram nenhum detalhe específico sobre as partes do mar sobrevoadas durante esta missão, indicando apenas que se tratava de um voo de rotina para testemunhar as capacidades da aeronave, um novo avião espião multiuso.

A Paz e estabilidade na região da Ásia-Pacífico interessam todas as partes, refere o Ministério, instando aos EUA a redobrarem esforços para mantê-las, bem como respeitar a promessa de não tomar partido em questões relativas ao Mar do Sul da China.

Fan Jishe, pesquisador dos estudos norte-americanos na Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que os voos são parte das recentes importantes movimentações dos EUA para apoiar os seus aliados asiáticos com reivindicações marítimas regionais que se sobrepõem aos da China.

Segundo Fan, estas movimentações são também uma tentativa de exercer pressão sobre a China, depois de Beijing ter dito que concluiu a recuperação de terras em algumas ilhas e recifes nas ilhas Nansha.

Em maio, Beijing descreveu o voo de vigilância “P-8” dos EUA que transportou uma equipe da CNN sobre o Mar do Sul da China como "irresponsável e perigoso".

Quanto ao último voo, a frota do Pacífico dos EUA divulgou, domingo, as fotos de Swift a bordo do avião.

Fan disse que as movimentações dos EUA, que fazem parte da recente visita de Swift as Filipinas, poderão deixar uma mensagem incorreta aos aliados que podem se sentir encorajados a exagerar o compromisso de segurança que tem com os norte-americanos.

"Isso não vai ajudar a aliviar a tensão marítima, mas sim agravar os problemas", sublinhou Fan Jishe.