HIROSHIMA, 6 de ago (Diário do Povo Online) – Realizou-se hoje (6) em Hiroshima uma cerimónia de paz em homenagem às vítimas do bombardeamento atómico norte-americano sobre esta cidade japonesa em 6 de agosto de 1945, numa altura em que as autoridades deste arquipélago asiático esquivam-se da introspecção imperialista.
Hiroshima convidou oficialmente representantes de 156 países e regiões. Representantes de 100 países participaram na cerimónia, quebrando o recorde anterior. Até então, o ano de 2010 é o que tinha atraído mais participantes, em número de 74.
As autoridades de Hiroshima afirmam que o número de países que tomam parte no evento cresceu porque as suas ideias de abandonar armas nucleares estão a ser bem divulgadas, principalmente neste ano que marca a passagem do 70º aniversário da vitória na Segunda Guerra Mundial.
Segundo a agência Jiji Press, o representante do Partido Democrático do Japão, Katsuya Okada, proferiu recentemente um discurso, pedindo ao presidente norte-americano para visitar Hiroshima e Nagasaki.
Mas a parte norte-americana mandou a subsecretária de Estado para o Controle de Armas e Segurança Internacional, Rose E. Gottemoeller, que é responsável pelas políticas militares e segurança internacional, para participar da cerimónia comemorativa.
A embaixada dos EUA no Japão disse ser a primeira vez que os EUA mandam altos oficiais para participar desta cerimónia. A embaixadora norte-americana no Japão, Caroline Kennedy, participou pelo segundo ano consecutivo, tornando-se, ainda, no segundo embaixador dos EUA a participar neste evento.
A agência “Kyodo News Service”, refere, por seu turno, que o alto representante para os assuntos de desarmamento e vice-secretário-geral da ONU, Kim Woo-soo, estaria presente para ler o discurso do secretário-geral, Ban Ki-moon.
Países como Afeganistão, Filipinas e Sri Lanka participaram pela primeira vez na cerimónia.
De acordo com o jornal austríaco “Der Standard”, a China recusou o convite do Japão porque a parte chinesa “só viu motivação do Japão para transferir os crimes cometidos na Segunda Guerra Mundial”.
O embaixador de desarmamento da China, Fu Cong, afirmou em maio que a parte chinesa pediu a retirada no projeto final do “Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares” a parte que apela os líderes globais para visitar Hiroshima e Nagasaki, os dois locais devastados pelo bombardeamento atómica, por “distorcer a história”.
A imprensa alemã escreve, por seu turno, que quando o governo japonês propaga a dor das explosões nucleares, não significa que deve se esquecer dos danos da sua política expansionista militar na Ásia.
Países detentores de armas nucleares como o Reino Unido, a França, a Índia, o Paquistão e a Rússia também enviaram os seus embaixadores à cerimónia, excluindo a China.