A visita que se avizinha do presidente Xi Jinping aos EUA será de grande escala e incorporará inúmeros eventos – encontros de negócios e de internet em Seattle; visita formal e participação numa cimeira em Washington; atividades para honrar o septuagésimo aniversário das Nações Unidas em Nova Iorque. Há, contudo, um acontecimento interessante, que se desenrolou fora dos holofotes das grandes cidades, que pode representar uma via alternativa de idealizar as relações entre os dois países.
Em Muscatine, no estado de Iowa, realizou-se a cerimónia de abertura da “Casa de Amizade EUA – China”. A instituição visa representar o desejo comum da população de reforçar os laços de amizade que unem os dois países. Em 1985, o então jovem Xi Jinping, na época um oficial local, ficou alojado neste mesmo edifício, como parte de uma delegação que se deslocou a Iowa para estudar técnicas de agricultura modernas para aplicar na China. A hospitalidade e amizade dos americanos da zona, causaram uma forte impressão no então jovem oficial – mesmo tendo em conta que a sua visita fora de curta duração, e contabilize já mais de três décadas – sendo que ele mantém esta memória vívida até ao presente. Nenhum outro líder chinês passou por uma experiência semelhante de ficar alojado numa habitação de cidadãos americanos comuns.
Durante várias semanas, durante as preparações para a viagem do presidente Xi, tenho discutido as relações entre os EUA e a China com vários especialistas em Washington e em Pequim. Por isso, quando fui convidado a discursar na cerimónia em Muscatine, não estava certo de o poder fazer. Até à minha chegada a Muscatine (viajando mais horas do que me posso lembrar), eu não fui capaz de me aperceber totalmente do significado de tudo aquilo.
Sou agora testemunha de como os empreendedores chineses e os residentes de Muscatine superaram as suas dificuldades iniciais, até mal entendidos, para formarem uma sólida relação de amizade, respeito, negócios e de benefício mútuo. Entre protocolos para o estabelecimento de cidades-irmãs, intercâmbio cultural, e projetos de investimento, permanece um sentimento perene de que as trocas entre Muscatine e a China expandiram horizontes e enriqueceram ambas as partes.
Se fosse necessário eleger uma lista dos eventos mais memoráveis nas relações entre a China e os EUA – memorável no sentido positivo, produtivo, construtivo e edificante do termo – então a visita de Xi Jinping a Muscatine, em 2012 (quando era ainda vice-presidente da China), deveria constar nessa lista).