Turistas chineses carregam as suas compras no distrito comercial de Shinjuku durante a “semana dourada” (férias das comemorações do dia nacional), a 5 de outubro de 2015
Pesos-pesados do mundo dos negócios da China e do Japão, assim como ex-oficiais de alta patente concordaram em Tóquio, na sexta-feira, ajudar a promover a confiança mútua e a reciprocidade económica entre os dois países.
Num comunicado conjunto, comprometeram-se a promover o diálogo entre os dois governos de modo a desenvolver o intercâmbio não-governamental.
Cinquenta e quatro empresários e ex-oficiais, liderados pelo ex-vice-primeiro-ministro Zeng Peiyan, juntaram-se aos seus congéneres japoneses na sexta-feira para o primeiro turno de diálogos.
O veredito foi o esperado – ajudar a China, segunda maior economia do mundo, e o Japão, terceira maior economia mundial, a melhorar o seu sistema de cooperação recíproca.
No seu discurso de abertura, Zeng, agora presidente do Centro de Intercâmbio Económico Internacional da China, fez notar que os dois países se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento. A China debate-se para evitar a armadilha dos níveis de rendimento médio, e o Japão tem movido todos os esforços para atingir um crescimento de qualidade, disse.
Os dois países complementam-se, pois ambos se encontram a ajustar a sua estrutura industrial, disse Zeng, frisando que os laços de comércio são a peça-chave das suas relações.
Zeng explicou à sua audiência japonesa que a reforma de abertura do país irá expandir, o que resultará diretamente num maior leque de oportunidades para empresários estrangeiros.
Os dois países devem apoiar-se um ao outro durante a fase de transição económica da China e da revitalização da economia nipónica, acrescentou.
Defendeu também que ambos não devem aguardar para ver a direção que os laços económicos e políticos vai tomar, promovendo a recolha dos ganhos e o incentivo à confiança.
O ex-político frisou que os empresários japoneses têm a possibilidade de encontrar um nicho na China, especialmente em áreas como a urbanização, poupança energética, protecção ambiental, infra-estruturas, e consumo de produtos de luxo. Ele propôs também o reforço da cooperação, com vista a facilitar os acordos de comércio livre entre a China e o Japão, assim como o acordo trilateral China-Japão-Coreia do sul; a construção da iniciativa chinesa “Um Cinturão e uma Rota”; e a instauração de políticas económicas globais.
O ex-primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda, descreveu o diálogo entre os empresários dos dois países e antigos oficiais como um passo que “irá forjar uma nova época”.
Edição: Mauro Marques