SANTIAGO, 4 de dezembro (Diário do Povo Online) - As perdas com colheitas e gado causadas por desastres naturais na América Latina e Caribe totalizaram US$ 11 bilhões entre os anos 2003-2013, informou ontem a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
De acordo com a FAO, 37 desastres afetaram 19 países da região, gerando perdas equivalentes a 3% da produção durante os anos 2003-2013.
A maior parte das perdas ocorreram por inundações (55%) e, em menor medida pela seca (30%) e tempestades.
O Brasil foi o país mais afetado na produção agrícola, seguido por Colômbia (com inundações em 2007, 2010 e 2011), México (Furacão "Emilia" em 2005, as inundações Tabasco de 2007 e a seca de 2011) e Paraguai (pelas secas de 2011 e 2012).
De acordo com Benjamin Kiersch, diretor da FAO, "a mudança climática é um obstáculo para a erradicação da fome na região".
As alterações climáticas e os desastres naturais colocam obstáculos à região para alcançar os objetivos de desenvolvimento do milênio e eliminar a fome, garantindo uma melhor nutrição e agricultura sustentável em 2030.
Um dos objetivos da Cúpula sobre o Desenvolvimento Sustentável, realizada em setembro passado em Nova York, refere-se a ação do clima, questão central que os líderes mundiais discutiram esta semana na 21ª Conferência das Partes (COP21) em Paris, França, para evitar que a temperatura média global aumente mais do que 2 graus Celsius.
A mudança climática na América Latina e no Caribe vai gerar mudanças nos padrões de precipitação e temperaturas, afetando a produtividade de culturas como trigo, arroz e feijão.
Ele explicou que um terço da população da região vive em áreas com alto risco de desastres geológicos, particularmente hidro meteorológicos.
Em 2010, 98 dos desastres naturais mais importantes do mundo ocorreram na América Latina e no Caribe, 79 dos quais causados por mudanças climáticas.
Edição: Yin Yongjian
Revisão: Rafael Lima