A iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota”, apoiada pelo Presidente Xi Jinping de há dois anos para cá, tem sido pautada pelo sucesso. O impacto desta transvazou para lá dos países que geograficamente acompanham o seu impacto de influência. Instituições internacionais e países como o Reino Unido demonstraram o seu interesse, e juntaram-se à China nesta estratégia de cooperação que pode ser considerada como um “terceiro mercado”. Recentemente, o Presidente Putin reiterou o apoio russo à iniciativa. Esta é mais uma das provas do feedback positivo da comunidade internacional.
“Ao longo dos últimos anos, os países do ocidente têm exportado armas e despoletado agitação no Médio Oriente com o objetivo de obtenção de petróleo. Esta oportunidade de cooperação económica providenciada pela China é precisamente aquilo que precisamos”. Estas foram as palavras proferidas por um académico árabe que participava no 6º Fórum Mundial de Estudos Chineses em Xangai.
“Um Cinturão e uma Rota” surge sob uma perspetiva pragmática, baseada em factos históricos e com um enfoque no futuro.
A historicidade adjacente a esta plataforma deriva da milenar Rota da Seda. Este percurso, percorrido há centenas de anos, interligava os três principais polos culturais do mundo: China, Índia e Grécia. Hoje em dia, “Um Cinturão e uma Rota” inclui o Médio Oriente, o Extremo Oriente, o Sudeste Asiático, a Europa Central e de Leste e o norte de África, assim como 65 outros países. A população englobada é de 4,4 bilhões de pessoas e o investimento envolvido de 21 trilhões de dólares. Isto significa que 63% e 29% da população e fundos do mundo estão envolvidos no projeto.
Os países que há séculos atrás estavam apenas marginalmente envolvidos no comércio, saltam hoje para a ribalta, partilhando das mesmas vantagens dos participantes geograficamente mais favorecidos. Uma das ferramentas para este fim é a rede de caminhos-de-ferro interoperacional a ser construída entre as várias nações envolvidas. Este projeto representa uma oportunidade para as nações em desenvolvimento participantes, à semelhança da China no passado, criarem bases para o seu próprio modelo de desenvolvimento, talhado para as idiossincrasias de cada um.
O pragmatismo da iniciativa prende-se com a crescente demanda mundial de bens e serviços e, por outro lado, da discrepância entre os meios de produção para lhe dar resposta.
A Ásia dispõe neste momento de 8 triliões de dólares para investimento. Para que esse investimento seja levado a bom porto, a China deu origem ao Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII) que, uma vez mais, contou com a participação de uma panóplia internacional de países.
O enfoque no futuro deve-se à meta de tornar a globalização mais inclusiva, justa e responsável. É também uma experiência positiva na criação de um novo modelo de cooperação regional e internacional, adaptada às características do século XXI. Fatores como desenvolvimento ecológico e sustentável e atenção às alterações climáticas estão, por isso, na base deste projeto.
Edição: Mauro Marques