Haider al-Abadi,primeiro-ministro do Iraque
O primeiro-ministro iraquiano, em visita à China, está interessado em fechar acordos na área infraestrutural para fortalecer a sua nação.
O Iraque tem em mente uma “enorme expansão” da sua rede ferroviária, estando Bagdade em contactos com empresas chinesas líderes de mercado para levar a cabo essa tarefa. Este foi o interesse demonstrado pelo Primeiro-ministro Haider al-Abadi em declarações ao Diário do Povo na quarta-feira.
Numa entrevista durante o segundo dia da sua primeira visita à China desde que tomou posse em setembro do ano passado, al-Abadi demonstrou estar confiante com as exportações de petróleo para a China, referindo o objetivo da “duplicação das exportações de petróleo ao longo dos próximos anos”. A China importou do Iraque 28 milhões de toneladas métricas de petróleo no ano passado.
Este desenvolvimento é, para al-Abadi, uma consequência natural da evolução dos acontecimentos: “Funciona para nós, pois queremos vender o nosso petróleo. Simultaneamente, a China oferece garantias ao nível infraestrutural, entre outras áreas”.
O político enfatizou o papel essencial dos caminhos-de-ferro no Iraque, reiterando o plano de expandir a rede dos atuais 2000km para os 5000km.
O país, após as convulsões dos últimos anos, necessita urgentemente de infraestruturas para estimular o crescimento económico.
Al-Abadi confirma que as empresas chinesas “estão muito interessadas” na obtenção dos direitos de expansão da rede de ferrovias no país. Na quarta-feira, o primeiro-ministro participou num encontro onde estiveram presentes líderes de 60 empresas chinesas envolvidas em setores onde se incluem as telecomunicações, infraestruturas e seguros.
O Iraque foi uma paragem importante da antiga Rota da Seda, sendo que Bagdade recebeu de braços abertos a proposta para se juntar à iniciativa “Um Cinturão e uma Rota”.
O comércio com a China aumentou em 50 vezes entre 2003 e o ano passado e o primeiro-ministro diz querer dar continuidade a esta tendência, convidando mais empresas a investir no Iraque.
Com uma dependência de 93% nas exportações de petróleo, o Iraque necessita de diversificar a sua economia, atraindo investimento. al-Abadi refere assim que o governo “quer simplificar a burocracia na forma como lida com os investidores”.
O político aproveitou para assegurar os potenciais investidores relativamente a ameaças terroristas contra agências chinesas e membros do staff destas a trabalhar no Iraque, frisando que a presença chinesa no país tem sido tranquila.
“Penso não existir qualquer perigo ou ameaça… os chineses são muito bem-vindos”, disse.
Edição: Mauro Marques