Na tradicional gala de ano novo da CCTV, televisão estatal da China, que este ano irá comemorar o ano do macaco, há um “símio” que é considerado por grande parte do público chinês como indispensável.
O seu nome é Zhang Jinlai, cujo nome de palco, Liu Xiao Ling Tong, significa Pequeno de Seis anos – a idade que tinha quando subiu aos palcos pela primeira vez há 51 anos atrás.
Zhang representou Sun Wukong, o Rei Macaco, na adaptação televisiva de 1986 do clássico chinês “Jornada ao Oeste”. A série de fantasia de 25 episódios, elaborada com os efeitos especiais limitados da época, foi uma constante na televisão chinesa por vários anos.
O público classifica a participação de Zhang nesta série como muito positiva. Contudo, este ano o ator fora convidado a participar no “Opera Show”, um evento com muito menos audiência, implicando que este falte à gala.
A avalanche de críticas que se esbateu nos escritórios da CCTV foi massiva.
“Até os americanos conhecem a importância deste ator. Como podem ser tão cegos?”, perguntou um crítico, referindo-se ao anúncio da Pepsi protagonizado por Zhang para a celebração do Festival da Primavera.
Muitas pessoas disseram que, se Zhang não participasse na gala, iriam simplesmente ver galas de anos anteriores.
Vários atores já encarnaram o icónico macaco, incluindo Donnie Yen que participara no filme de 2014 The Monkey, Aaron Kwok no vindouro The Monkey King 2, e Huang Bo no filme Journey to the West: Conquering Demons.
Kwok, que dispendeu cerca de 8 horas para colocar a maquilhagem, disse: “Não haverá quaisquer arrependimentos para um ator chinês para com a sua carreira se tiver oportunidade de interpretar Sun Wukong pelo menos uma vez”.
Zhang é originário de Shaoxing, na província de Zhejiang. Provém de uma família de atores especializados numa ópera local, cujo talento conseguiu atrair as atenções dos líderes históricos Mao Zedong e Zhou Enlai.
Zhang não foi convidado este ano sob o pretexto de, com 57 anos, ser já demasiado velho.
Contudo, este motivo é considerado despropositado, uma vez que o show tem frequentemente rábulas específicas para recordar eventos ou figuras com um passado emblemático no país.
Edição: Mauro Marques