A China parece ter dado sinal verde para a exportação do seu caça J-10 uma vez que ele tem atraído grande atenção de países estrangeiros na feira aérea em Singapura.

Na feira, que começou na última terça-feira , está exposto o FC-20, a versão para exportação do modelo J-10, aeronave desenvolvida pela própria China.

Apesar de não ser uma regra, não é praxe que a China exiba em feiras no exterior armas ou equipamentos do setor de defesa do país que tenham sido desenvolvidos exclusivamente para o Exército Popular de Libertação (EPL). Por este motivo, a exposição do caça na feira de Singapura passa uma clara mensagem: a China deseja expandir sua indústria de jatos para o mercado internacional.

O J-10 é um caça multifuncional de terceira geração desenvolvido e produzido pela Corporação da Indústria Aeronáutica da China. O J-10 tem asas no formato delta, sistema de controle por cabo elétrico e é considerado por especialistas como um dos melhores caças do mundo.

A aeronave entrou em serviço na Força Aérea do EPL (FAEPL) em 2004 e, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, um think tank britânico, a FAEPL e a Marinha do EPL têm ao menos 260 desses caças em operação.

O país também desenvolveu ao menos duas versões otimizadas da aeronave – o J-10B, que já começou a ser entregue para a FAEPL e o J-10C, que ainda está em fase de testes, segundo informações da mídia chinesa.

Nos últimos anos, muita especulação foi feita por observadores militares chineses e estrangeiros sobre quando a exportação do J-10 seria aprovada. Entre os potenciais compradores estão Paquistão, Irã e Argentina, ainda que nenhum país tenha divulgado, até o momento, estar em negociações concretas com a China.

Para Wang Ya'nan, vice-editor-chefe da revista Conhecimento Aeroespacial, "equipamentos de terra, tais como tanques ou mesmo mísseis de curto alcance tipo terra-terra têm um impacto limitado sobre a geopolítica, mas caças podem realizar operações fora do seu território e, portanto, são considerados como tendo características diferenciadas".

Ainda segundo Wang, a única desvantagem da China na venda dos caças é o fato de eles não terem sido testados em combate mas, “felizmente, a Força Aérea do EPL realiza muitos exercícios de combate aéreo todos os anos, permitindo que os clientes estrangeiros conheçam as capacidades dos aviões chineses”, disse.

Edição: Rafael Lima