Mudam-se os tempos, muda-se a forma como se faz compras na China.

Os trabalhadores mais jovens levam sacos mais leves, pois preferem oferecer eletrónicos como presentes aos familiares.

O tamanho das malas carregadas pelos trabalhadores migrantes chineses que voltam a casa durante o Festival da Primavera é geralmente o oposto do seu poder de compra. Quanto maior for o saco, menos será o dinheiro gasto.

As legiões de trabalhadores migrantes embarcou na sua jornada de volta a casa para passar o Ano Novo Chinês. Estes são frequentemente vistos com malas, sacos e baldes carregados de presentes para os seus familiares deixados nas zonas de onde provêm.

Enquanto os trabalhadores mais velhos tendem a levar snacks da cidade e roupas de inverno, os mais jovens, por seu turno, levam sacos mais leves, pois preferem oferecer eletrónicos como prendas de ano novo.

Shi Jiawen, de 19 anos, marcou o seu primeiro ano como decorador em Fuzhou, a capital da província costeira de Fujian, gastanto 3200 yuans, mais do que o seu vencimento mensal, num smartphone para si e um tablet para a sua irmã, deixada para trás em Sichuan.

Shi está entre os 12 dos 20 jovens trabalhadores na estação de caminhos-de-ferro de Fuzhou que diz ter comprado aparelhos eletrónicos, na sua maioria smartphones, para o feriado vindouro.

“Os produtos eletrónicos não são tão caros”, disse Shi, acrescentando que a expansão da conectividade da internet nas zonas rurais tornou o uso destes aparelhos “mais conveniente”.

O seu pai, embora faça dinheiro, representa ainda o paradigma da tradição e da frugalidade, gastando apenas 500 yuans para comprar chá local como prenda de ano novo.

Li Rongcai, um trabalhador da construção civil de 47 anos de Jiangxi, ocupava as suas mãos com sacos de chá e cigarros num total de 1000 yuans.

Li Lan, de 40 anos, uma ama de Hunan, carregava 2 grandes malas de viagem com roupas de inverno para a sua família de 6 após gastar 2000 yuans.

A alguns metros de distância, estavam 4 aprendizes de cabeleireiro de 18 anos a experimentarem os seus novos iphones de 4,400 yuans cada.

Começa agora a tornar-se tendência deixar as compras para depois de regressar a casa.

“Os produtos mais “pomposos” que se compram nas grandes cidades estão também disponíveis em casa a preços razoáveis. Para quê ter o trabalho de os carregar até lá?”, disse Xiao Pengyuan, um operário fabril de 22 anos de Sichuan.

Outros fazem uso do impressionante serviço de compras online, fazendo todas as compras atempadamente e enviando-as diretamente para a terra natal, evitando os contratempos de ter que carregar todos os produtos durante o caminho.

Edição: Mauro Marques