70,000 Refugiados em risco de ficarem retidos na Grécia

Fonte: Diário do Povo Online    29.02.2016 09h45

Refugiados e migrantes elevam um rapaz de cadeira-de-rodas durante um protesto em frente a uma grade na fronteira entre a Grécia e a Macedónia, próximo da aldeia grega de Idomeni no sábado.

As autoridades gregas disseram no domingo que o número de refugiados e migrantes no seu solo poderia mais que triplicar no próximo mês, atingindo as 70,000 pessoas, devido à imposição de limites para as migrações a partir de países dos Balcãs.

“Estimamos que o número das pessoas presas venha a ser entre 50,000 a 70,000 no próximo mês”, disse o ministro das migrações Yannis Mouzalas.

“Hoje, existem cerca de 22,000 migrantes e refugiados”, disse numa entrevista televisiva.

Cerca de 6,500 pessoas ficaram presas no campo Idomeni na fronteira grega com a Macedónia no domingo, tendo as autoridades macedónicas autorizado a passagem a apenas 300 destas pessoas.

Os números começaram a acumular, na semana passada, no campo, com uma capacidade de alojamento de apenas 1,500 pessoas, após a Macedónia ter começado a recusar a entrada de afegãos e ter imposto um controlo de documentação mais restrito aos Sírios e Iraquianos.

Prevê-se que a situação venha a piorar após a Eslovénia e Croácia, membros da UE, assim como a Sérvia e a Macedónia, terem imposto uma limitação de 580 migrantes a atravessar as suas fronteiras diariamente.

As medidas surgiram após uma repressão da Áustria, que fica no final do percurso dos migrantes, desde os Balcãs até à Alemanha e Escandinávia.

A Áustria introduziu um limite diário de entrada de 80 refugiados e disse que apenas admitiria 3,200 a transitar no país.

Os controlos mais apertados tiveram um efeito significativo na Grécia, onde os migrantes têm chegado em massa através da Turquia.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras disse no parlamento na quarta-feira que “…a Grécia, de agora em diante, não irá consentir com acordos cuja obrigatoriedade de partilha do fardo e responsabilidade entre todos os estados membros da UE não seja assegurada”.

Edição: Mauro Marques 

(Editor:Renato Lu,editor)

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