Considerações sobre o panorama da língua chinesa em Portugal e planos para o futuro
O Sérgio refere que as razões por detrás da escolha dos alunos portugueses em estudar o idioma chinês prendem-se essencialmente com a presença cada vez mais acentuada da China no quotidiano português. “As privatizações de marcas de renome por parte de empresas chinesas, o estatuto económico da China como segunda maior economia mundial, a inclusão prevista do idioma no programa do ensino secundário nacional, em parceria com o Instituto Confúcio, e o facto de ser uma língua desafiante e atrativa para os que gostam de estudar línguas”, parecem ser os principais motivos para os que se aventuram nesta longa jornada.
Perguntamos ao Sérgio quais são os seus prognósticos para a disseminação e evolução da língua chinesa em Portugal: “Tem que continuar a haver uma desmistificação em relação à língua e à cultura. Há ainda muitos estereótipos infundados… Dou por mim a falar com algumas pessoas que me perguntam - «Como foi Tóquio?». A ásia é ainda uma região obscura para a sociedade portuguesa… Num mundo cada vez mais interligado e com melhor acesso à informação isto não é aceitável.”
Esta impressão está a mudar, pois a nova geração de chineses a chegar a Portugal difere em muito das gerações predecessoras. Os descendentes da primeira vaga que se estabeleceu em Portugal, os novos emigrantes e os turistas que se dirigem ao país têm uma bagagem cultural bastante divergente dos seus antecessores. Outrora intimamente relacionados com o negócio da restauração e com as “lojas dos chineses”, é possível dizer que a imagem de marca deste povo em Portugal encontra-se num processo de metamorfose e de diversificação crescente.
Para finalizar, perguntamos ao entrevistado quais os seus planos para o futuro. O Sérgio respondeu sem hesitação: “Ensino! Gostaria de ir pelo menos mais um ou dois anos para a China, de modo a solidificar o meu conhecimento da língua e da cultura… Obviamente que isso será uma aprendizagem para toda a vida!... A longo prazo gostava de fazer um doutoramento sobre a influência das questões culturais no ensino numa perspetiva Portugal-China e fazer carreira como professor universitário.”
Resta-nos dizer que está no bom caminho e que fazemos votos para que as suas ambições se concretizem!