As forças de autodefesa do Japão instalaram na ilha mais ocidental do arquipélago, a ilha Yonaguni, uma “base de monitorização costeira” naquilo que indicia um passo avante no reforço da sua presença militar na região. A ilha Yonaguni, com aproximadamente 30 quilómetros quadrados de área e uma população de 1500 pessoas, está sobre a jurisdição da prefeitura japonesa de Okinawa. A sua localização geográfica dista cerca de 150 quilómetros a sul das ilhas Diaoyu.
Esta “base de monitorização costeira” aloja cerca de 160 pessoas, um radar, e é capaz de registar o tráfego aéreo e marítimo ao longo de 24 horas. O radar está primordialmente direcionado à China.
Os trabalhos de construção da base de monitorização tiveram início em 2014. Esta é a primeira vez, desde que os EUA devolveram o comando de Okinawa em 1972, que as forças de autodefesa japonesas constroem uma base do género.
Até ao momento, a base mais a oeste do Japão situava-se na ilha Miyako, a cerca de 290 quilómetros de Okinawa.
O Ministro da Defesa japonês, Nakatani Gen, ao visitar a base da ilha Yonaguni no dia 27 de março disse que esta veio “suprir uma lacuna geográfica no plano de defesa do país”.
As forças de defesa do Japão tencionam ainda, durante os próximos anos, abastecer a ilha com navios, sistemas de mísseis, assim como destacar 600 e 700 unidades para as ilhas vizinhas de Ishigaki e Miyakojima respetivamente.
No final de janeiro deste ano, a divisão aérea das forças de autodefesa do Japão inaugurou o esquadrão nº 9 do seu contingente. Esta foi a primeira vez nos últimos 50 anos que o Japão expandiu a divisão aérea. O nono esquadrão, cuja base é a capital da prefeitura de Okinawa, a cidade de Naha, conta com 40 caças F-15,
O destacamento de unidades militares para a ilha Yonaguni está envolto em controvérsia. Em fevereiro do ano passado, foi levada a cabo uma votação para aferir a opinião dos residentes locais. 632 residentes aprovaram e 445 foram contra. A população a favor alegou a possibilidade de uma maior inclusão económica. Por sua vez, os opositores revelaram preocupação relativamente ao facto da ilha se poder tornar um alvo a abater devido à presença militar.
De acordo com a decisão do parlamento japonês, a nova legislação concernente à defesa do país entra em vigor no dia de hoje (29). De acordo com a lei, as forças de defesa do Japão têm agora permissão para atuar em cenários de guerra em todo o mundo. De acordo com vários especialistas entrevistados pela agência Xinhua, a reaquisição do direito de entrar em guerra e de operar o exército com total autonomia, sob os mesmos preceitos de um “país comum”, é um dos objetivos fundamentais de Shinzo Abe neste mandato.