O presidente da China, Xi Jinping, e o seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, decidiram elevar ontem (18) a relação entre os dois países a uma associação estratégica e cooperativa integral.
Os dois presidentes alcançaram o consenso durante as suas conversações no Grande Salão do Povo. Nyusi encontra-se de visita de Estado à China, sob convite do Presidente Xi.
Durante as conversações, Xi elogiou a China e Moçambique, tendo descrito os dois países como “...bons irmãos que estão juntos nos bons e maus momentos. Bons amigos que se apoiam um ao outro como sócios que procuram o desenvolvimento comum”.
A “China está pronta para aprofundar e ampliar a cooperação amistosa e recíproca com Moçambique em diversos âmbitos, no marco dos 10 grandes planos de cooperação China-África, em prol do benefício dos povos de ambos os países”, disse Xi.
Durante a última cimeira do Fórum de Cooperação China-África, realizada em dezembro do ano passado em Joanesburgo, na África do Sul, Xi anunciou 10 importantes pontos de cooperação entre a China e o continente africano, para permitir ajudar este último a acelerar a sua industrialização, modernização agrícola e reforço da sua infraestrutura.
“Ambas as partes devem continuar com o plano e impulsionar os laços bilaterais numa perspetiva estratégica de longo prazo, assim como devem entender-se e apoiar-se em assuntos que incluam os interesses fundamentais e preocupações de ambas as partes”, afirmou o líder chinês.
O presidente chinês pediu também uma maior interação entre órgãos governamentais, partidos, assembleias legislativas e forças armadas dos dois países.
De acordo com uma declaração conjunta sobre o estabelecimento da associação, a China apoiará com firmeza os esforços de Moçambique para salvaguardar a sua segurança e estabilidade nacionais, melhorar a sua defesa nacional e a capacidade para manter a estabilidade, assim como resistir à intervenção do exterior.
De acordo com a mesma declaração, Moçambique, por seu turno, reitera reconhecer a política de uma só China, apoiando todos os esforços do governo chinês para conseguir o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito de Taiwan. O país africano apoia também os esforços da China para resolver as suas disputas marítimas e territoriais com os países diretamente envolvidos, mediante a via de consulta e de negociações baseadas em acordos bilaterais e consensos regionais.
Xi fez referência ao seu desejo de ver Moçambique participar de forma ativa na Rota da Seda Marítima do séc. XXI para impulsionar a economia marítima, a indústria pesqueira e o desenvolvimento portuário.
Xi acrescentou que o governo chinês impulsionará a participação de empresas chinesas na exploração de gás natural, manufatura, e agricultura em Moçambique e ampliará a cooperação na área dos recursos humanos para ajudar Moçambique a melhorar o seu sistema industrial nacional.
Nyusi expressou a sua gratidão pela ajuda chinesa na luta moçambicana pela sua independência e desenvolvimento nacionais, dizendo que moçambique está disposto a impulsionar a cooperação com a China em diversos âmbitos, dando as boas-vindas a mais investimento chinês.
Durante as conversações, Xi reiterou que a China irá reger-se pelos princípios da sinceridade, resultados práticos, afinidade e boa-fé na sua política exterior em África, vinculando o seu próprio desenvolvimento com o desenvolvimento africano na busca da prosperidade comum.
Após as conversações, os chefes de Estado testemunharam a assinatura de vários documentos de cooperação.
Edição: Mauro Marques