“Um Cinturão e Uma Rota” como ferramenta de promoção do comércio sino-europeu
DP: Em 2013, o Presidente Xi Jinping apresentou a proposta de cooperação “Um Cinturão e uma Rota”. Atualmente, mais de 70 países e instituições internacionais demonstraram apoio e juntaram-se à iniciativa. A China, juntamente com mais de 30 países e sob o enquadramento deste projeto, assinaram vários acordos de cooperação bilateral. De que forma acha o Sr. Presidente que as relações sino-portuguesas podem ser reforçadas através desta iniciativa?
MRS: Do meu ponto de vista, a iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota” é um mecanismo importante para o aprofundamento dos fluxos comerciais entre a China e a Europa. O itinerário abrangido engloba, não só a via terreste, como a costa africana e o mediterrâneo.
Portugal está disposto, juntamente com a China, a mover todas as diligências no sentido de vir a tornar-se num posto estratégico da Rota Marítima da Seda.
Enquanto ambas as partes se debruçam sobre a proposta “Um Cinturão e uma Rota” - especialmente a Rota Marítima da Seda e nas suas vantagens, enquanto plataforma de interatividade com a Europa - existe uma imensidão de oportunidades de complementaridade e de cooperação a explorar.
Ambos os países têm ainda várias áreas onde podem ser aplicados esforços conjuntos. Além da já referida cooperação no setor energético, há também o setor da logística, no qual se insere o porto de Sines. O porto tem um elevado grau de operacionalidade e uma localização privilegiada como “portal” de entrada para a Europa. Este porto atravessa uma fase de atração de investimento. Acredito que poderá oferecer inúmeras vantagens a eventuais parceiros chineses. Portugal espera encontrar ainda mais oportunidades sob a égide desta iniciativa chinesa.