Por Rafael Lima
Alunos e professores da FACAMP conversam com funcionários da chancelaria chinesa
BEIJING, 4 de jul (Diário do Povo Online) - Uma delegação composta por 21 alunos e três professores da Faculdades de Campinas (FACAMP), no Brasil, desembarcou na última quarta-feira (29) em Beijing para uma viagem de estudos de 15 dias pelo país asiático. Este é o primeiro grupo de alunos da FACAMP que chega à China desde que a faculdade iniciou o seu projeto de internacionalização há três anos.
Logo no primeiro dia, o grupo visitou o Ministério das Relações Exteriores da China, onde foram recebidos por Gong Tao, Diretor Geral Adjunto do Departamento de América Latina e Caribe. Na ocasião, Gao expôs as linhas gerais da diplomacia chinesa e explicou o atual quadro das relações China-América Latina, em especial, China-Brasil. Após a apresentação, os alunos fizeram uma série de perguntas ao anfitrião sobre economia, política e relações sino-brasileiras.
Para o professor Rodrigo Sabbatini, vice-reitor e chefe da delegação da FACAMP na China, a razão pela qual os alunos têm mostrado interesse e participado de maneira intensa e proveitosa se dá pela preparação que tiveram antes de chegar na China. “Trouxemos 21 dos nossos melhores alunos dos terceiros anos dos cursos de economia, administração, relações internacionais e engenharia de produção. Após um intenso programa de treinamento sobre China no Brasil, eles estão tendo a chance de estar aqui debatendo com importantes professores, acadêmicos e instituições governamentais e pondo à prova o conhecimento adquirido no nosso país,” disse.
Em 2015, o professor Sabbatini, que também é um dos economistas de maior renome quando o assunto é a indústria nacional brasileira, esteve na China dialogando com diversas instituições acadêmicas e órgãos do governo para despertar o interesse chinês pelo programa da FACAMP. “Estamos sendo muito bem recebidos. Está claro que a China tem grande interesse pelo Brasil,” destacou.
“O objetivo do nosso programa é formar profissionais capazes de liderar empresas, organizações internacionais e até mesmo o governo brasileiro. Para formar bons lideres, é preciso ter uma visão de conjunto dos problemas que influenciam o país, suas empresas e também seus principais parceiros. É impossível se tornar um líder no mundo contemporâneo sem conhecer a fundo a importância da China,” explicou.
Delegação da FACAMP em frente ao famoso portal da Universidade Tsinghua, em Beijing
A programação da faculdade em Beijing inclui também visitas à Academia Chinesa de Ciências Sociais e às universidades de Pequim, Tsinghua e de Economia e Negócios Internacionais, além de uma visita à Embaixada do Brasil. Os alunos também viajarão para as cidades de Yiwu, Shanghai, Shenzhen e Hong Kong. Em Shanghai o grupo vai visitar a bolsa de valores e o Banco BRICS, e em Shenzhen os alunos vão conhecer por dentro uma planta de produção da gigante BYD.
Para Sabbatini, a programação foi cuidadosamente pensada. “A Importância econômica, política e cultural da China são elementos cruciais para o entendimento do que está acontecendo no mundo. Sem esse conhecimento profundo de como a China tem ganhado protagonismo na economia e na política mundial, nenhum aluno é capaz de entender os desafios que se colocam para a sua carreira profissional. Por essa razão, nós incluímos a China no nosso programa de internacionalização. ”
O grupo de alunos também conta com a experiência e expertise dos professores Rafael Longo e Sung Tien Lo, este último com mais de 30 anos de experiência no diálogo China-Brasil.
Alunos e professores visitam uma exposição na Universidade Jiaotong, em Beijing
A vinda dos 21 alunos para a China se insere dentro dos esforços que a faculdade tem feito desde 2007 quando o professor Cesar Augusto Lambert de Azevedo fundou o primeiro grupo de estudos de China na FACAMP. Doutor em ciência política pela USP e especialista em Política Estratégias Marítimas, Lambert foi o primeiro adido naval do Brasil na embaixada do Brasil em Beijing. Como legado deste grupo de estudos de China, a FACAMP já conta com cinco ex-alunos vivendo e estudando na China, dois dos quais já formados.
Atualmente, os estudos de China da faculdade estão a cargo do professor José Alberto Cunha Couto, antigo secretário de Acompanhamento e Estudos Institucionais do extinto Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.